Brasil, 31 de agosto de 2025
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Empresas adotam promoções de “recessão” para atrair consumidores

Negócios lançam ofertas especiais em um cenário econômico incerto e com baixa confiança do consumidor.

No cenário atual de incertezas econômicas, várias empresas estão relançando promoções conhecidas como “especial de recessão”, uma estratégia reminiscentes das táticas promocionais usadas durante a Grande Recessão de 2007 a 2009. Esses combos e ofertas têm como objetivo atrair consumidores preocupados com a economia, oferecendo um alívio financeiro ao bolso.

O retorno dos “especial de recessão”

Conforme reportado pela CNBC, cadeias de fast food e cafeterias em todo os Estados Unidos estão reunindo esforços para lançar “especiais de recessão”. Enquanto alguns vêem isso como um indício de um iminente downturn econômico, outros acreditam que se trata de uma estratégia de marketing para lucrar com os temores econômicos contemporâneos. De acordo com a análise de experts, essa tendência é uma resposta a quedas significativas na confiança do consumidor e no gasto das famílias.

Rachel Cruze, especialista em finanças pessoais e co-apresentadora do programa The Ramsey Show, afirma: “Quando muitas empresas começam a lançar esse tipo de oferta, é um sinal de que todas estão respondendo à mesma pressão: as pessoas estão cortando gastos”. Apesar de não indicar uma recessão imediata, isso revela que a confiança do consumidor está baixa e que as famílias buscam maneiras de economizar.

Exemplos de promoções em tempos de crise

Uma das empresas que está na vanguarda dessa tendência é a rede de hambúrgueres Super Duper, localizada na Califórnia. A empresa promove há alguns meses seu “combo de recessão” nas redes sociais, no qual o cliente pode adquirir uma batata frita, uma bebida e um “hambúrguer de recessão” por apenas 10 dólares em suas 19 unidades.

A Super Duper se destacou ao comunicar: “A única coisa que não recebeu o memorando sobre a inflação: Conheça o Combo de Recessão, nossa nova oferta sazonal. Tudo está ficando mais caro, exceto este preço.” Essa abordagem é uma tentativa de oferecer um “alívio” aos seus clientes em um momento de desafios financeiros.

A pesquisa do Conference Board em agosto aponta que o Índice de Confiança do Consumidor caiu para 97,4, um sinal de pessimismo crescente entre os consumidores. Neil Saunders, diretor da GlobalData Retail, enfatiza que, embora a economia não esteja tecnicamente em recessão, muitos consumidores se sentem inseguros e estão em um estado de “caça a barganhas”.

Promoções: um sinal preocupante?

Enquanto há evidências claras de que as pessoas estão economizando, há quem sugira que essas promoções de “recessão” podem ser uma tentativa de capturar a participação do consumidor cauteloso. O economista Jason Schenker explica que as empresas podem estar se aproveitando dos riscos econômicos para impulsionar suas vendas. “Não significa necessariamente que estamos em uma recessão, mas pode ser uma tática de marketing.

Os efeitos colaterais dessas estratégias

A professora Ayelet Fishbach, da Universidade de Chicago, alerta que utilizar “especial de recessão” como estratégia pode ter consequências não intencionais, atraindo a atenção dos consumidores para um cenário econômico difícil em vez de se concentrar no produto. Ela ressalta a necessidade de cautela por parte das grandes cadeias de varejo, que poderiam se prejudicar ao relembrar os clientes sobre as dificuldades econômicas.

Por outro lado, o vice-presidente de operações da Super Duper, Ed Onas, afirmou que o “hambúrguer de recessão” foi uma forma consciente de oferecer uma opção acessível aos clientes. “Estamos tentando destacar que temos opções de bom custo-benefício em um momento de desafios financeiros.” Essa abordagem reflete uma mentalidade de foco no cliente, tentando mostrar apoio em tempos difíceis.

Conforme observam os especialistas, há sinais claros de que os consumidores estão mudando seu comportamento, buscando marcas mais baratas e aumentando o número de compras em varejos com preços acessíveis. Essas promoções podem servir como um bom indicador para o mercado, mostrando que as empresas estão se ajustando às novas realidades econômicas.

Enquanto as negociações comerciais e a política econômica moldam o cenário atual, permanece a pergunta: as empresas continuarão a adaptar suas ofertas para se conectar melhor com o consumidor em um ambiente econômico em constante mudança?

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