O atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), está moldando sua administração com uma estratégia que mira as eleições de 2026. Para isso, vem abrindo espaço para ex-prefeitos do interior do estado, criando cargos na gestão que buscam não apenas eficiência, mas também a ampliação de seus aliados políticos em diferentes regiões fluminenses. Esse movimento reflete a intenção de Paes de fortalecer sua base de apoio fora da capital e construir uma narrativa de integração entre os municípios.
A nomeação de ex-prefeitos e suas funções
Desde o início deste ano, Paes já nomeou três ex-prefeitos com experiência administrativa nas prefeituras do estado do Rio. O ex-prefeito de Rio das Flores, Vicente Guedes (PP), foi nomeado como coordenador de Integração Territorial na Casa Civil, recebendo um salário bruto mensal de R$ 28,4 mil. A criação dessa nova coordenadoria foi um passo estratégico por parte de Paes, visando integrar os municípios fluminenses à administração carioca e promover laços políticos mais fortes.
Guedes, que já iniciou sua atuação no cargo, tem promovido visitas a diversas cidades, incluindo Vassouras e Rio Claro, com o objetivo de discutir assuntos de interesse municipal. Ele enfatizou a importância dessa função nas mídias sociais, sublinhando que seu trabalho inclui viagens significativas pelo interior do estado para fomentar a integração entre as prefeituras e a administração municipal do Rio.
Outras nomeações estratégicas
Além de Guedes, há outras nomeações que refletem a estratégia de Paes. Leandro Pereira Netto, conhecido como Leandro Peixe, também foi nomeado e atua no “núcleo de gestão de projetos” da empresa pública MultiRio. Peixe, que já foi prefeito de Rio Bonito, declarou estar alinhado com a candidatura de Paes, mesmo que seu partido ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre o apoio.
A inclusão do ex-prefeito de Tanguá, Valber Marcelo (PP), na gestão da Rio Luz, também é destacável. Embora Valber tenha se referido a seu novo cargo como um “quebra-galho”, sua experiência prévia e conhecimento técnico são fatores que Paes considera valiosos para sua administração.
Desafios e reações à administração
As nomeações recentes geraram controvérsias dentro do cenário político carioca. O vereador Pedro Duarte (Novo), oposição a Paes, questionou o aumento do número de funcionários na companhia municipal, que cresceu 15% somente neste ano. Em ofício ao Tribunal de Contas do Município (TCM), ele solicitou uma investigação sobre a legalidade dessas movimentações, sinalizando um clima de disputa política acirrado à medida que as eleições se aproximam.
A prefeitura, por sua vez, alegou que as nomeações são necessárias para garantir que os ex-prefeitos atuem em áreas onde possam contribuir com sua vasta experiência no serviço público. Este argumento destaca a tentativa de Paes em projetar uma administração efetiva, que valoriza o conhecimento acumulado por esses dirigentes.
Projeções políticas e novas iniciativas
Além das trocas administrativas, Paes tem demonstrado um grande interesse em conectar-se com o eleitorado fora da capital por meio de projetos inovadores, como o “BRT Metropolitano”, que visa melhorar a mobilidade entre a Baixada Fluminense e a capital. Recentemente, ele teve um gesto simbólico ao substituir seu tradicional chapéu panamá por um chapéu estilizado de vaqueiro, um sinal claro da tentativa de afinar sua imagem com as necessidades do interior.
Neste cenário de articulação política, a participação de Paes em eventos no interior tem sido constante. Ele esteve presente em várias inaugurações e encontros que visam fortalecer não apenas sua imagem, mas também sua base de apoio, essencial para uma candidatura ao governo em 2026. Esse movimento pode ser visto como uma porta de entrada para solidificar alianças e garantir o suporte necessário nas futuras eleições.
Com a dinâmica política se intensificando, as nomeações e as ações de Eduardo Paes demonstram uma estratégia clara que, se bem-sucedida, pode transformá-lo em um candidato forte na corrida para o governo do estado nas próximas eleições. O resultado dessa articulação político-social será um dos pontos centrais a serem observados nos próximos meses.
