Os anos 90 representam o auge da Renascença Disney, com filmes que até hoje encantam fãs. Conheça 50 fatos inéditos e curiosidades sobre esses clássicos que fizeram história, desde a criação de personagens até detalhes de produção inacreditáveis.
Inovação na construção de personagens icônicos
Linda Woolverton, roteirista de A Bela e a Fera, e Howard Ashman, letrista, lutaram para que Belle não fosse a típica princesa Disney. Em entrevista à Entertainment Weekly, Woolverton revelou que queriam uma heroína que amasse livros, sonhasse com o exterior e fosse independente, rompendo com o molde tradicional.
O relacionamento entre Belle e a Fera nasceu da química entre suas vozes. Paige O’Hara, que dublou Belle, contou ao Hollywood Reporter, que ela e Robby Benson, que emprestou voz ao Fera, gravaram juntos, o que intensificou a autenticidade do vínculo entre os personagens.
Adaptações e humor nos bastidores
Após a transformação, Paige O’Hara improvisou uma piada ao vivo: “Você acha que consegue fazer uma barba?” — uma brincadeira cortada na edição final. Anos depois, Emma Watson perguntou isso a Príncipe Adam no live-action de 2017.
Beauty and the Beast foi o primeiro filme de animação a ser indicado ao Oscar como Melhor Filme. No evento, atores como Sally Field fizeram comentários humorísticos sobre animação, gerando críticas na época, mas o próprio Kirk Wise comenta que a equipe sabia do valor do filme.
Toy Story: pioneirismo da animação computadorizada
Toy Story foi o primeiro longa todo gerado por computador, conquistando um Oscar de realização especial. Ed Catmull, cofundador da Pixar, lembra que, naquela época, a equipe era formada por completos novatos, sem experiência, e o que os impulsionou foi a novidade da tecnologia.
Originalmente, Woody tinha uma personalidade muito diferente, parecida com um dummy de ventríloquo. Ralph Eggleston, um dos animadores, explicou que eles voltaram às raízes do personagem, tornando-o mais humano e simpático.
Em 1998, quase perderam todo o arquivo de Toy Story 2 após uma exclusão acidental. Felizmente, Galyn Susman, trabalhando de casa na época, tinha uma cópia de backup que salvou o projeto de uma catástrofe.
Curiosidades sobre vozes e design
Tom Hanks, que dublou Woody, improvisou a cena ao ver a primeira versão da mercadoria de Woody’s Roundup. Robin Williams, a voz original do Gênio de Aladdin, fez cerca de 16 horas de improviso na gravação, criando uma das performances mais espontâneas da Disney.
Para o visual do personagem, inicialmente, Aladdin seria inspirado por Tom Cruise, mas a equipe optou por um estilo mais confiante e com atitude, inspirado nos papéis do ator. Robin Williams aceitou o papel de Gênio por um valor muito inferior ao inicial, encantado com o projeto, e improviu a maior parte do roteiro, gerando uma Oscars de Melhor Roteiro Adaptado.
Bastidores de outras animações clássicas
Em Hércules, a previsão de que a Terra tinha seis planetas foi uma referência às observações astronômicas antigas, feitas antes do uso do telescópio. A personagem Meg foi inspirada na atriz Barbara Stanwyck, de filmes clássicos de Hollywood.
Tarzan foi previsto por Edgar Rice Burroughs, autor do livro, quase 60 anos antes de sua adaptação. Phil Collins, compositor, criou a trilha e as percussões de “Trashin’ the Camp” tocando vários objetos e até batendo na cabeça para simular os sons.
O personagem Tarzan foi inspirado pelo skatista Tony Hawk, cujo movimento serviu de referência para sua postura no filme. Surpreendentemente, a famosa exclamação de Tarzan foi feita pelo ator Brian Blessed, não por Tony Goldwyn, que dublou a voz do personagem.
Produção fora dos estúdios de Hollywood
O filme A Resgatada na Terra Selvagem foi o primeiro a ser totalmente produzido digitalmente, com animação feita na Austrália, por uma equipe internacional de estúdios na França, Londres e Austrália, uma tentativa de baratear custos e experimentar novos formatos.
O personagem Cody, um menino aborígene, foi inspirado por uma ideia do animador Pixote Hunt durante uma viagem de pesquisa na Austrália, mas a produção enfrentou resistências internas por conta de sua origem cultural, afetando seu protagonismo na história.
O lançamento de A Resgatada na Terra Selvagem coincidiu com a estreia de Home Alone, o que prejudicou sua performance nas bilheterias. O diretor Mike Gabriel lembra de um episódio com Macauley Culkin que exemplifica o esquecimento do projeto em meio a sucessos concorrentes.
Design de personagens e escolhas criativas
Personagens como Pocahontas e John Smith tiveram suas idades alteradas na produção para aumentar o apelo romântico, decisão que gerou debates internos. Já Aladdin foi inspirado por Tom Cruise, com foco na confiança e atitude do personagem.
Robin Williams recusou o papel de um gênio na sequência DuckTales, mas aceitou ser a voz do Gênio em Aladdin depois de uma proposta que envolvia uma redução salarial e improvisos criativos que o tornaram icônico.
Curiosidades adicionais e detalhes divertidos
O rugido dos leões em O Rei Leão não foi feito por leões, mas por tigres e sons de latidos modificados. A cena da manada de gnus levou quase três anos para ser concluída devido à complexidade da animação por computador na época.
Outra curiosidade é que o personagem Kiara, filha de Simba em O Rei Leão II, foi inicialmente planejada como sobrinha de Scar, mas a história foi ajustada para criar um relacionamento romântico entre os protagonistas.
Na produção de Mulan, a cena em que ela corta o cabelo e a cena de relacionamento com o pai foram inspiradas por tradições chinesas reais, detalhadamente estudadas pelos animadores, graças ao acesso exclusivo ao país durante as gravações.
Legado e impacto dos clássicos dos anos 90
De histórias inovadoras a escolhas criativas ousadas, os bastidores dos filmes da Disney na década de 1990 revelam uma era de experimentações, criatividade e desafios que marcaram uma geração. Esses detalhes, muitos deles secretos até hoje, reforçam a magia por trás dos clássicos que continuam encantando o público em todo o mundo.
