Os anos 90 marcaram a fase de ouro da Disney, cuja renascença começou em 1989 com “A Pequena Sereia” e se consolidou com sucessos como “A Bela e a Fera” e “O Rei Leão”. Aqui estão 50 fatos interessantes sobre esses clássicos que fazem parte da infância de muitos.
Inovação na criação de personagens e roteiros
Linda Woolverton, roteirista de “A Bela e a Fera”, e Howard Ashman lutaram para que Belle não seguisse o molde tradicional da princesa passiva. Segundo Woolverton em entrevista à Entertainment Weekly, Belle era uma personagem que amava livros, independente e com sonhos de explorar o mundo, rompendo com o estereótipo de donzela que espera ser salva.
Aliás, a química entre Belle e a Fera veio do entrosamento entre as vozes de Paige O’Hara e Robby Benson. Ela revelou ao The Hollywood Reporter que gravaram juntos, o que tornou a relação mais autêntica e tocante.
Curiosidades sobre os dubladores e atores de voz
Relação entre os dubladores
Paige O’Hara comentou que seu relacionamento com Benson ajudou a criar cenas mais sinceras. Robby Benson disse que atuaram como se estivessem em um filme de carne e osso, tornando os personagens mais reais.
Line memorável quase virou piada
Após a transformação do Fera, O’Hara improvisou uma piada que acabou sendo cortada: “Você acha que consegue fazer barba?”. Essa brincadeira quase entrou na versão final, mas Emma Watson relembrou a cena na versão live-action, como uma homenagem.
Século XXI e reconhecimentos históricos
“A Bela e a Fera” foi o primeiro filme de animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme — uma indicação que gerou reações controversas. Sally Field, ao apresentar, fez um comentário ácido sobre a falta de atores no filme, enquanto Angela Lansbury afirmou que o filme era maravilhoso. Co-diretor Kirk Wise lembrou que críticas negativas de outros astros foram vistas como uma provocação barata.
O impacto do computador na animação
“Toy Story” (1995) foi o primeiro filme totalmente feito com animação por computador, recebendo um Oscar especial de Excelência. Ed Catmull, cofundador da Pixar, relembra que a equipe era iniciante e sem experiência, mas a inovação trouxe uma estética única para os brinquedos.
Woody, por exemplo, originalmente seria um boneco de ventríloquo, e sua personalidade inicial era bem diferente, mais antipática e cínica. Ralph Eggleston, um dos animadores, contou que a equipe voltou às raízes do personagem para torná-lo mais simpático, refletindo sua essência.
Desafios técnicos e histórias de bastidores
Durante a produção de “Toy Story 2”, quase todo o arquivo digital foi deletado por um erro, mas a segurança de Galyn Susman, que estava em home office, garantiu a recuperação dos dados. Além disso, Tom Hanks improvisou a cena em que Woody vê os produtos do Woody’s Roundup, trazendo autenticidade às emoções de seu personagem.
Análise de outras produções icônicas
“Aladdin”
Robin Williams foi a escolha ideal para a voz do Gênio, mas, inicialmente, lutaram para estreitar seu envolvimento por questões financeiras. Williams aceitou o papel por uma quantia simbólica, em troca de muita improvisação — fez cerca de 16 horas de gravações de diálogo ad-libs, o que contribuiu para a sua indicação ao Oscar de roteiro adaptado.
O design de Aladdin foi inspirado em Tom Cruise, conferindo a ele confiança e uma postura mais moderna. Robin Williams também tentou participar de outros projetos, como “DuckTales: Treasure of the Lost Lamp”, mas problemas contratuais impediram sua participação na Disney.
“O Rei Leão”
A cena da manada de gnus levou quase três anos para ser concluída, pois envolvia animações computadorizadas pioneiras na época. A voz de Simba, originalmente, seria de Matthew Broderick, enquanto Neve Campbell e Sarah Jessica Parker quase interpretaram Kiara e Aisha.
De bastidores a histórias de crescimento
“Mulan” inicialmente tinha uma trama mais focada em comédia romântica, mas a equipe decidiu seguir a história clássica chinesa. Ming-Na Wen, que dublou Mulan, relembrou detalhes do processo de animação, incluindo gestos característicos que ela mesma fazia na vida real.
Na produção de “Tarzan”, a inspiração veio até de um skatista, Tony Hawk, cuja movimentação foi a base para a coreografia do personagem. Phil Collins criou a canção “You’ll Be in My Heart” enquanto participava de uma festa de Natal com a filha Lily Collins, compondo a melodia no momento.
Conclusão: legado e inovação
Esses filmes dos anos 90 marcaram uma mudança tecnológica e estética na Disney, com histórias que fazem sucesso até hoje. Bastidores revelam criatividade, desafios técnicos e muito humor, ingredientes que fizeram desses clássicos uma parte inesquecível da cultura pop.