Pacientes diagnosticados com câncer e segurados da Unimed Ferj estão em estado de alerta e insatisfação após uma série de denúncias de negligência por parte da operadora de saúde. Com a mudança recente no atendimento, muitos enfrentam dificuldades graves no acesso a tratamentos essenciais. A situação culminou em um incidente de protesto na última terça-feira (26) no Espaço Cuidar Bem, a nova unidade de oncologia da rede localizada em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Crise no atendimento oncológico
A partir do final de julho, a Unimed Ferj centralizou os atendimentos oncológicos no Espaço Cuidar Bem. Segundo os pacientes, o local é pequeno, carece de estrutura e não conta com profissionais suficientes para atender a demanda. Além disso, é comum a falta de medicamentos essenciais, incluindo quimioterápicos e analgésicos, que são imprescindíveis para o tratamento diário dos pacientes.
O desespero dos pacientes ficou evidente quando um vídeo das cenas de tumulto no Espaço Cuidar Bem foi amplamente compartilhado nas redes sociais. Grupos de segurados se reuniram para protestar contra a interrupção de seus tratamentos, chegando a chamar a polícia e clamar por medidas urgentes. “Não vou sair daqui enquanto não tiver meu tratamento!”, gritava uma das pacientes demonstrando a angústia que muitos sentem na espera por atendimento.
Depoimentos de pacientes
A advogada Flávia Bandeira, que é segurada da Unimed desde 2014, relatou a difícil experiência que enfrentou ao ter que adquirir seu próprio medicamento em uma farmácia, revelando as severas falhas no sistema atual. “O espaço funciona de forma caótica. Não há oncologistas para todos e não temos a medicação necessária”, afirmou Flávia em um apelo ao público e aos responsáveis pela saúde.
Outro relato é de Renata Aniento, assistente de pedagogia, que se disse desolada pela ausência do remédio que precisa para controlar a dor. “Me garantiram que teria o remédio no dia 22, mas disseram que não havia. Estou pedindo socorro”, desabafou. A angústia é palpável entre os pacientes, muitos dos quais se sentem desamparados diante de uma situação que deveria ser tratada com urgência e cuidado adequados.
Resposta da Unimed Ferj
Em resposta às denúncias, a Unimed Ferj emitiu uma nota afirmando que “não há falta de medicamento” e justificou os recentes descontentamentos como um efeito da migração de dados do prestador anterior. Informaram que estão contactando os pacientes para confirmar a continuidade do tratamento e a dosagem adequada dos medicamentos.
A operadora também ressalta que, no incidente do dia 26, um paciente se exaltou e danificou equipamentos ao se sentir angustiado com a situação. Para garantir a segurança de todos, a guarda-militar foi acionada e a situação foi rapidamente controlada, conforme afirmado pela instituição.
Próximos passos e preocupações futuras
Para os pacientes oncológicos da Unimed Ferj, a incerteza continua. Com os relatos de falta de atendimento e medicamentos, o clamor por melhorias não é apenas um chamado à ação, mas um grito de socorro por dignidade e cuidado. A esperança é que as autoridades competentes intervenham para garantir que os direitos dos pacientes sejam respeitados e que recebam o tratamento que merecem. Afinal, saúde é um direito e não um privilégio.
Enquanto isso, a angústia e a luta de cada paciente seguem, e seus relatos subsistem como um apelo para que a saúde no Brasil se fortaleça, respeitando a vida e a humanidade de cada indivíduo que busca tratamento. A situação na Unimed Ferj deve servir de alerta não apenas aos seus segurados, mas a todos os envolvidos na saúde pública e privada do Brasil.
Para mais informações e atualizações, acesse o site da Unimed Ferj ou consulte seu médico responsável.
