No último dia 28 de agosto, o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, celebrou uma missa na Basílica de Santa Maria di Collemaggio, em L’Aquila, cidade italiana rica em história e espiritualidade. Durante a homilia, ele enfatizou que somente Jesus é capaz de valorizar a identidade de cada homem, e que a entrada pela Porta Santa não deve ser vista como um “gesto mágico”, mas sim como um ato de fé genuína. A missa também marcou a abertura da Porta Santa, que permanecerá aberta até a noite de hoje, 29 de agosto, quando será encerrada pelo arcebispo metropolitano de L’Aquila, dom Antonio D’Angelo.
Um verdadeiro sinal de misericórdia
A celebração aconteceu em um momento especial: a 731ª edição do Perdão Celestino, que, neste ano, coincide com o Jubileu da Esperança. O cardeal Parolin citou o Papa Leão XIV ao falar sobre a alegria do povo de L’Aquila, uma região fortemente ligada à fé e à história. Ele descreveu a Porta Santa como um símbolo vivo da misericórdia e do perdão que o Papa Celestino V desejou oferecer ao seu povo. Através do ato de atravessar a Porta Santa, os fiéis podem obter a indulgência plenária, desde que cumpram as condições estabelecidas pela Igreja.
A mensagem do Evangelho de João
O Evangelho de João foi a base para a reflexão do cardeal durante a homilia, onde Jesus é apresentado como “a porta das ovelhas”. As palavras “porta”, “coração” e “fé autêntica” foram centrais em sua mensagem. Ele lembrou que o Jubileu, que foi iniciado pelo Papa Francisco, está intimamente relacionado com a abertura da Porta Santa de Celestino, que propaga desde séculos a mensagem de perdão e paz. O cardeal afirmou que a verdadeira porta do Jubileu é, na verdade, Jesus Cristo, que é a passagem para a salvação e vida plena.
Salvação e comprometimento com Cristo
O cardeal deixou claro que não existe salvação fora de Cristo: Ele é o caminho, a verdade e a vida. “Aquele que não passa por Ele não entrará na verdadeira vida”, destacou. Segundo Parolin, diversas vozes contemporâneas prometem salvação fora de Cristo, por meio de ideologias ou moralismos falhos, que, no fim, não entregam ao fiel o que prometeram. O verdadeiro convite é para que os cristãos acolham o Evangelho e atravessem a porta que é Jesus, que representa o compromisso, ao invés de um ritual vazio.
A escolha pela porta estreita
Ademais, a escolha de entrar pela porta estreita exige coragem e decisão. O cardeal Parolin ressalta que essa porta é preciosa e representa a verdadeira vida. Ele alertou sobre o engano da humanidade que busca a felicidade em posses materiais ou em egoísmos. Esta abordagem, segundo ele, é própria de um “ladrão”, um sistema que destrói tudo que toca. Por outro lado, Jesus convida à doação e à generosidade, oferecendo vida e plenitude.
A reflexão sobre rituais
Na continuação de sua homilia, Parolin destacou que a abertura da Porta Santa não deve ser compreendida como um evento mágico ou supersticioso. “Não basta passar pela porta, é preciso entrar no coração de Jesus e permitir que Sua graça realmente nos transforme”, afirmou. Este aspecto espiritual é essencial para que o rito tenha verdadeiro significado no coração dos fiéis.
Viver o Jubileu com autenticidade
Para encerrar sua reflexão, o cardeal fez um apelo à Igreja de L’Aquila, encorajando todos a passarem por Jesus, ressaltando que a experiência da Porta Santa deve se traduzir em um convite autêntico de transformação. Ele finalizou sua homilia com uma oração tocante, pedindo a Jesus que todos possam encontrar paz e vida plena ao atravessarem a porta que é Ele.
Este Jubileu da Esperança, assim, se torna um chamado à reflexão e à ação, propondo que o verdadeiro sentido de atravessar a Porta Santa é, de fato, adentrar em uma nova vida marcada pela fé e pela comunhão.
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