Brasil, 28 de agosto de 2025
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Trump ataca a arte do Smithsonian em nova frente da guerra cultural

Presidente Donald Trump demanda remoção de obras 'woke' do Smithsonian, reabrindo polêmica sobre história e cultura americana.

A cultura americana está novamente em debate intenso, dessa vez impulsionada por declarações do ex-presidente Donald Trump. O alvo agora é o Smithsonian Institution, considerado o principal complexo de museus e pesquisa dos Estados Unidos. Trump anunciou que exigirá a remoção de obras que ele classifica como ‘woke’, alegando que elas apresentam uma narrativa negativa sobre a história do país.

A polêmica se intensifica

No início deste mês, Trump utilizou suas redes sociais para criticar uma suposta obsessão dos museus em relatar injustiças históricas, como a escravidão. O ex-presidente convocou seus advogados para revisar as exposições do Smithsonian, buscando identificar aquelas que, segundo ele, ferem a imagem de um país considerado ‘patriota’. Nos dias seguintes, a administração Trump divulgou uma lista abrangente de obras consideradas anti-americanas, incluindo peças que abordam questões raciais, direitos LGBTQ+ e o legado do Dr. Anthony Fauci, frequentemente criticado por Trump.

Essas ações relembram tentativas anteriores do ex-presidente de censurar abordagens acadêmicas em universidades, ameaçando cortar financiamentos a instituições que não seguissem suas diretrizes de combate à ‘antissemitismo’ e ações de diversidade.

Redefinindo a narrativa cultural

Com a aproximação do 250º aniversário da independência americana em 2026, a administração atual almeja purgar instituições culturais de ideologias que consideram ‘anti-americanas’. A intenção é substituir essas narrativas por inspirações mais positivas. No entanto, críticos argumentam que isso não passa de uma tentativa de reescrever a história e silenciar artistas.

O Smithsonian, que abriga 21 museus e galerias, e é financiado parcialmente pelo governo, já frisou sua independência na curadoria de exposições, mas ainda não se manifestou sobre a pressão da administração Trump.

Artistas reagem à censura

A reação de defensores dos direitos civis não tardou. O movimento Black Lives Matter denunciou as ações de Trump como uma tentativa de perpetuar um ‘conto de fadas’ americano, à parte de temas como a escravidão e as lutas sociais. Além disso, artistas e acadêmicos compararam as ações do ex-presidente a práticas de regimes autoritários que tentam controlar a cultura e a memória de uma nação.

Entre as obras citadas, destaca-se a pintura ‘Refugiados cruzando a muralha da fronteira para o Sul do Texas’, de Rigoberto Gonzalez, que ilustra uma família mexicana escalando a barreira da fronteira dos Estados Unidos. O governo prontamente a criticou por ‘comemorar’ a travessia de forma ilegal, enquanto Gonzalez contra-argumenta que sua obra apenas reflete a realidade da imigração.

Outro alvo mencionado na lista foi o renomado autor Ibram X. Kendi, cuja obra ‘Como Ser um Antirracista’ busca promover discussões sobre o racismo na sociedade. Kendi foi rotulado pelo governo como um ‘ativista hardcore woke’, o que ele considera uma desclassificação de sua pesquisa acadêmica séria.

A determinação dos artistas

A artista Amy Sherald, conhecida por retratar a ex-primeira-dama Michelle Obama, também se viu no centro dessa controvérsia. Sua obra ‘Trans Formando a Liberdade’, que representa uma mulher transgênero reimaginando a Estátua da Liberdade, foi alvo de desprezo pelo ex-presidente. Sherald afirmou que a cada retrato que pinta, responde a uma tentativa de apagar a narrativa afro-americana da história.

Impasse e futuro da arte

A controversa lista gerou um debate sobre o papel dos museus em compartilhar e interpretar a história do país. Enquanto Trump e seus seguidores defendem uma visão patriótica da arte, críticos alertam que remover verdades desconfortáveis pode levar ao branqueamento da história. A postura do Smithsonian diante dessa pressão determinará não apenas sua curadoria, mas também como os Estados Unidos contarão sua história ao mundo em seu próximo marco histórico.

A incerteza permanece sobre quais obras, se houver, serão removidas e como essa situação impactará a diversidade de vozes no discurso cultural e histórico americano.

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