Brasil, 28 de agosto de 2025
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Serão as aulas de telefone na escola uma solução para a ansiedade dos jovens?

Iniciativas de ensino de habilidades de comunicação por telefone para estudantes geram debates e podem ajudar a reduzir a ansiedade

Relatos recentes indicam que algumas escolas no Reino Unido estão implementando aulas de treinamento para que estudantes aprendam a fazer chamadas telefônicas, especialmente para processos como a seleção universitária. Essa medida visa combater a crescente dificuldade de comunicação por telefone entre jovens, que ainda representa uma realidade importante no mercado de trabalho e na vida cotidiana.

A importância de ensinar habilidades de comunicação por telefone

Segundo Jo Saxton, CEO do UCAS, órgão responsável pelo ingresso universitário, as chamadas telefônicas têm registrado uma redução significativa desde 2019, em parte por causa da ansiedade relacionada ao uso do telefone. Ela revelou que, atualmente, os estudantes encontram dificuldades até mesmo para fazer ligações simples ao se preparar para o período de seleção de universidades.

Dados do Reino Unido apontam que cerca de 63% da população adulta já experimentou medo ou ansiedade ao atender ou fazer ligações telefônicas, enquanto menos de 30% das pessoas abaixo de 25 anos relatam esse problema, embora ainda haja uma parcela considerável que enfrenta nervosismo ou medo ao telefone.

Como as aulas de telefone podem beneficiar os estudantes

Especialistas defendem que promover sessões de simulação de chamadas é uma estratégia prática para diminuir o medo e aumentar a autoconfiança dos jovens. Além de preparar para processos universitários, essas habilidades são essenciais para negociações de emprego, gestão de finanças pessoais e até mesmo para resolver questões cotidianas, como contratos de locação.

Segundo James Johnstone, diretor de uma escola de gramática no Reino Unido, as aulas focadas em comunicação por telefone vão além do ambiente acadêmico, ensinando também como se conduzir em entrevistas de emprego, solicitar empréstimos estudantis, defender direitos como inquilinos e até preparar refeições saudáveis.

Reconhecendo a realidade dos jovens

Embora haja críticas que consideram esse tipo de ensino como desnecessário ou exagerado, especialistas argumentam que a preparação para uma comunicação eficiente é uma ferramenta fundamental de inclusão social e profissional. Além disso, promover exercícios práticos pode ajudar a aliviar o estresse desses momentos, tornando a experiência menos assustadora.

A discussão sobre o papel da escola na vida prática dos estudantes

Wendy Blume, psicóloga especializada em ansiedade juvenil, comenta que habilidades como a comunicação por telefone representam uma deixa para refletirmos sobre o papel da educação na preparação do jovem para os desafios da vida adulta. “Se podemos ajudar a diminuir esses medos, por que não?” ela questiona.

Apesar de a tendência de ensinar essas habilidades ainda estar em fase de expansão, os defensores acreditam que essa prática deve se tornar comum, uma vez que prepara os estudantes para o “mundo real”, onde a comunicação efetiva é indispensável e muitas vezes decisiva.

No fim das contas, talvez não precisemos apenas de aulas de telefone, mas de uma revisão geral sobre como conversamos, ouvimos e nos relacionamos. Afinal, todos podemos aprender a melhorar nossa comunicação, independentemente da idade.

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