A Igreja Católica celebra hoje a memória do bispo de Hipona, Santo Agostinho. Em uma postagem realizada em sua conta oficial no X (antigo Twitter), o Papa Leão XIV recorda o ensinamento do santo, que enfatiza a importância de devolver a Deus e aos outros as dádivas recebidas do Senhor. Santo Agostinho é conhecido por sua profunda conversão e sua busca por respostas às inquietações do coração diretamente em Deus.
O testemunho de Santo Agostinho
O Papa Leão XIV, ao se autodenominar “filho de Santo Agostinho” durante sua apresentação como Papa no Balcão das Bênçãos em 8 de maio de 2025, reforça a importância da figura do santo na vida da Igreja. Em sua mensagem no X, Leão XIV destaca que a vida e o testemunho de Agostinho nos lembram que cada indivíduo é agraciado com dons e talentos, e que a verdadeira vocação e alegria estão em servi-los com amor a Deus e ao próximo.
“A vida e o testemunho de Santo Agostinho nos lembram que cada um de nós recebeu de Deus dons e talentos, e que nossa vocação, nossa realização e nossa alegria nascem de devolvê-los em amoroso serviço a Deus e aos outros”, afirmou o Papa na postagem.
A essência da doação
Em continuidade, durante a reflexão sobre o serviço a Deus e ao próximo, o Papa faz referência ao Angelus de 10 de agosto, onde enfatiza que “o dom de Deus que somos” deve ser compartilhado, e que para isso é necessário um amor que nos aproxima mais de Deus. Santo Agostinho, por sua vez, nos ensina que “daquilo que se dá, recebe-se algo realmente diferente, não ouro ou prata, mas a vida eterna”, refletindo sobre a transformação que ocorre naqueles que dão com um coração generoso.
“Nossa entrega ao próximo não deve esgotar-se em um ato isolado, mas deveria ser uma constante no viver cristão”, reforçou o Papa Leão XIV, ao lembrar o ensinamento do Bispo de Hipona sobre a realização pessoal através do serviço à comunidade.
Sementes de bondade
Leão XIV também destacou em sua mensagem que Deus é a providência em todos os momentos de dificuldade. “Se você tem fome, Deus é o seu pão; se você tem sede, Deus é a sua água”, afirmou, citando um de seus comentários sobre o Evangelho de São João durante um encontro com famílias religiosas. Ele ressaltou que a caridade está intimamente ligada à primazia de Deus na vida cristã e que isso fez com que muitos superassem suas limitações para realizar obras de bem que reverberam até os dias de hoje.
Chamado à fraternidade
O convite para fazer o bem em conjunto também reflete os pilares do pensamento agostiniano: comunhão, amizade e unidade. Na Missa de início de seu pontificado, citando Santo Agostinho, o Papa falou sobre a importância da harmonia dentro da Igreja: “A Igreja é composta por todos aqueles que estão em harmonia com os irmãos e que amam o próximo”.
Dessa forma, o desejo do Papa Leão XIV é que a Igreja se torne um sinal de unidade e comunhão, capaz de atuar como fermento para um mundo reconciliado. “Cada um de nós reflete a imagem de Deus”, lembrou o Papa, destacando que a verdadeira fraternidade surge da compreensão e respeito mútuos.
Por meio de suas palavras e exemplos, o Papa Leão XIV busca inspirar os fiéis a cultivar uma vida de doação e amor ao próximo, reafirmando a relevância do ensinamento de Santo Agostinho nos dias atuais. A mensagem que ressoa é clara: ao oferecer ao próximo o que recebemos de Deus, transformamos não apenas nossas vidas, mas também a sociedade em que vivemos.
