Por volta das 11h50 desta quinta-feira (28), os papéis da Reag, uma das maiores gestoras independentes do Brasil, recuavam 18,88%, cotados a R$ 3,05 na Bolsa de Valores do Brasil (B3). A forte oscilação ocorreu após a publicação de mandados de busca e apreensão nas sedes da companhia, dentro da Operação Carbono Oculto, que investiga vínculos com o crime organizado PCC no setor de combustíveis.
Histórico da crise e o impacto na Bolsa
Os papéis da Reag tiveram diversas sessões de leilão nesta manhã, apenas começando a negociação no pregão regular às 10h38, bem depois do horário padrão de início às 10h. O mecanismo de leilão é utilizado pela B3 para proteger o mercado quando há variações abruptas de preço. Até as 11h55, a companhia já havia negociado um volume de R$ 138,1 mil, valor superior às operações dos últimos cinco dias de negociação.
Operação Carbono Oculto e conexões com o crime organizado
A operação investiga o uso de mais de mil postos de combustíveis em dez estados e o controle de 40 fundos de investimento por parte da facção criminosa PCC, segundo informações da Receita Federal. A investigação aponta que o esquema envolvia toda a cadeia produtiva de combustíveis, desde usinas até postos de gasolina, e usava uma rede de empresas e instrumentos financeiros sofisticados para lavagem de dinheiro.
Reag na mira das autoridades e seu papel na economia brasileira
A Reag confirmou, por meio de fato relevante, que mandados de busca e apreensão foram cumpridos em suas sedes, e que está colaborando com as autoridades. Fundada em 2012, a gestora se define como a maior independente do Brasil, com R$ 299 bilhões sob gestão, e é controlada pela Reag Capital Holding S/A.
A companhia também ganhou destaque por ser patrocinadora do Belas Artes, um dos cinemas mais tradicionais de São Paulo, adquirindo os direitos de nome do espaço cultural. Além disso, suas ações são negociadas na B3 e a empresa garante transparência em suas operações.
Conexões financeiras ilegais e o papel das fintechs
Investigações indicam que membros do PCC utilizavam mais de mil postos de combustíveis e controlavam fundos de investimento para lavagem de dinheiro, em operações realizadas principalmente no mercado financeiro paulista, com infiltração na região da Faria Lima. Segundo a Receita Federal, esta rede sofisticada demonstra o grau de complexidade das ações criminosas vinculadas ao esquema.
Implicações para o mercado e os próximos passos
Após o impacto inicial na Bolsa, os investidores acompanham atentos o desenrolar da investigação, que pode implicar em desvalorização contínua das ações e maior fiscalização no setor financeiro e de combustíveis. A Reag afirmou estar colaborando com as autoridades e permanece à disposição para esclarecimentos. A expectativa é de que o mercado continue reagindo às novidades relacionadas à operação e ao caso.