Brasil, 28 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Milei reforça defesa da moeda argentina antes de eleições importantes

Presidente argentino mira na estabilidade do peso, enquanto enfrenta crise de popularidade e turbulências econômicas pré-eleição

O presidente Javier Milei intensifica suas ações para proteger o peso argentino em meio à aproximação de eleições legislativas no país, marcadas para 7 de setembro na província de Buenos Aires. As medidas visam manter a estabilidade cambial e evitar uma desvalorização que poderia agravar a crise econômica, enquanto Milei luta contra a inflação e a insatisfação pública.

pressão sobre o sistema financeiro e o peso argentino

Nos últimos dias, as autoridades argentinas realizaram leilões de títulos de dívida atrelados ao dólar, buscando refinar a emissão de cerca de 9 trilhões de pesos (US$ 6,6 bilhões) em vencimentos futuros. Essas operações refletem a necessidade de sustentar a fragilizada moeda local, que vem sofrendo forte pressão devido ao aumento dos custos de financiamento e à alta dos rendimentos das notas públicas, cujo retorno atingiu cerca de 75%, quase o dobro do mês anterior. Segundo especialistas, a estratégia visa evitar riscos de liquidez e estabilizar a economia antes do pleito eleitoral.

A política monetária adotada por Milei tem se mostrado rigorosa: o Banco Central elevou novamente o percentual de depósitos compulsórios, forçando bancos a comprarem mais dívida do governo, o que tem drenado parte da liquidez do sistema financeiro. Como consequência, as ações dos principais bancos argentinos na Bolsa de Nova York, como o Galicia e o Banco Macro, recuaram até 47% nos últimos três meses.

Escândalos, inflação e eleições

Contudo, além dos desafios econômicos, Milei enfrenta turbulências políticas e escândalos. Recentemente, seu esforço para conter gastos públicos sofreu revés no Congresso, enquanto surgiram novas denúncias de corrupção envolvendo a irmã do presidente, Karina Milei, secretária-geral da Presidência. Embora o impacto eleitoral seja incerto, a controvérsia abala a percepção de integridade do mandatário.

Para agravar a situação, a expectativa de inflação passou a preocupar investidores, com a taxa de ajuste dos títulos de curto prazo ultrapassando 2% ao mês em setembro, segundo a corretora Amauta Inversiones. Além disso, o risco político se refletiu na ampliação do spread de risco — a diferença entre a rentabilidade dos títulos argentinos e o índice de referência internacional — que atingiu 829 pontos-base, o maior desde o acordo do país com o Fundo Monetário Internacional, em abril.

Risco geopolítico e cenário econômico

As tensões na Argentina ocorrem em um momento de forte incerteza político-econômica, com os investidores preocupados que a instabilidade possa deteriorar ainda mais a imagem do presidente antes das eleições de outubro. Milei, que tenta consolidar seu crescimento eleitoral, busca consolidar seu discurso de combate à inflação e redução do papel do Estado na economia, mas enfrenta desafios internos e externos agudos.

Perspectivas futuras

Enquanto isso, o governo argentino mantém a maior parte de sua estratégia de defesa cambial e fiscal, incluindo ações que elevam os custos de financiamento e impactam o setor bancário, cuja recuperação ainda é frágil. A expectativa é que os resultados das eleições na província de Buenos Aires possam indicar a força de Milei para continuar sua agenda de reformas no cenário nacional e assegurar a confiança dos mercados.

Para saber mais detalhes sobre as ações econômicas do governo argentino, acesse a cobertura completa do Globo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes