Nesta manhã de quinta-feira (28), uma megaoperação foi deflagrada para investigar um esquema bilionário de adulteração de combustíveis ligado ao PCC. A ação visa desmantelar redes que têm utilizado substâncias tóxicas, como o metanol, na adulteração da gasolina e do etanol vendidos nos postos de abastecimento, com potencial de causar prejuízos à saúde pública.
Como identificar combustíveis adulterados e sinais de prejuízo ao carro
Especialistas apontam que o uso de combustível adulterado pode ser indicado por diversos sinais no veículo. Orli Robalo, mecânico em Porto Alegre (RS), explica que as luzes de aviso no painel podem indicar problemas relacionados ao combustível, pois a adulteração saturada a leitura dos sensores eletrônicos.
Outro sinal comum, segundo Denis Marum, mecânico formado em engenharia mecânica, é a perda de potência. “O carro fica ‘borrachudo’, e você precisa acelerar mais para atingir a mesma velocidade”, relata. Outros sintomas incluem:
- Consumo de combustível acima da média habitual, com o tanque durando menos;
- Dificuldade para ligar o carro ao sair de manhã;
- Ruído semelhante ao de uma corrente de bicicleta trocando de marcha, principalmente em subidas;
- Odores estranhos saindo do escapamento, como cheiro de solvente ou querosene.
Identificação de combustível adulterado antes mesmo do abastecimento
José Luiz de Souza, especialista da Agência Nacional do Petróleo (ANP), explica que é possível verificar a adulteração de combustível com um teste simples. Basta misturar 50 ml de gasolina com a mesma quantidade de água e sal. Como a legislação permite até 30% de etanol na gasolina, a separação dos líquidos deve ocorrer após 65 ml da mistura. “Se a separação acontecer antes ou após esse limite, há indícios de adulteração”, afirma Souza.
Segundo a resolução nº 9 da ANP, todos os postos devem fornecer kits para realização desse teste, facilitando a fiscalização e proteção do consumidor.
O que é o metanol e por que é perigoso
De acordo com a ANP, o metanol é um composto orgânico utilizado na indústria química, na fabricação de solventes, adesivos e resinas. Produzido a partir do gás natural, ele também é utilizado na fabricação de biodiesel, combustível renovável misturado ao diesel comum.
No entanto, a agência alerta que o metanol pode ser usado na adulteração de combustíveis, o que oferece riscos graves à saúde humana e à segurança pública, se armazenado ou transportado sem os cuidados necessários. A legislação brasileira permite até 0,5% de metanol na composição de gasolina e etanol.
Coordenação e impacto da operação
A operação visa desarticular grupos criminosos que manipulam os combustíveis, colocando em risco a saúde dos motoristas e os recursos públicos. Especialistas e órgãos reguladores reforçam a importância da fiscalização rigorosa e do uso de testes para minimizar os riscos de adulteração.
Com a desarticulação dessas redes, espera-se reduzir a circulação de produtos tóxicos e evitar prejuízos à saúde e à segurança de milhões de consumidores brasileiros.
Para mais detalhes sobre a operação e dicas de como identificar combustíveis adulterados, acesse a reportagem completa no g1.