O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (28) um grande avanço no combate ao crime organizado, com a deflagração de uma série de operações policiais investigando a atuação de grupos criminosos na cadeia produtiva de combustíveis, focando na lavagem de dinheiro oriunda de facções do narcotráfico.
“A população em todo o país assistiu hoje à maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história até aqui. Em atuações coordenadas que envolveram Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos estaduais, foram deflagradas três operações simultâneas nos setores financeiro e de combustíveis, envolvendo 10 estados,” declarou o presidente em sua postagem nas redes sociais.
A importância do trabalho integrado
Lula ressaltou a importância do trabalho integrado, que começou com a criação, no Ministério da Justiça, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado. “Isso nos permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas”, acrescentou.
O presidente reafirmou o compromisso do governo em “proteger cidadãos e consumidores, cortar o fluxo de dinheiro ilícito, recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente, com qualidade e concorrência leal.” Ele prometeu que o governo continuaria atuando de forma coordenada e séria para dar segurança ao povo e estabilidade à economia.
Operações em andamento
Conforme informações da Polícia Federal (PF), as ações policiais em pelo menos duas operações têm como objetivo desarticular “esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro.” As investigações revelaram um sofisticado esquema que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de conexão com facções criminosas.
A Operação Quasar cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, atingindo a capital, além das cidades de Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça Federal autorizou o sequestro de fundos de investimento dos envolvidos, além do bloqueio de bens e valores até o montante de cerca de R$ 1,2 bilhão, correspondente a autuações fiscais já realizadas. O afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas foi também determinado.
Outro foco das operações foi a Operação Tank, que visa desmascarar uma das “maiores redes de lavagem de dinheiro” identificadas no Paraná. De acordo com a PF, essa organização criminosa atuou desde 2019, lavando pelo menos R$ 600 milhões. “Movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central,” informou a polícia.
Os métodos utilizados pelos criminosos
Os criminosos empregavam diversos artifícios para ocultar a origem dos recursos, como depósitos fracionados que ultrapassaram R$ 594 milhões. As investigações descobriram que a organização utilizava “laranjas”, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulações de aquisição de bens e serviços.
Além disso, foi constatada a ocorrência de fraudes na comercialização de combustíveis, incluindo a adulteração de gasolina e a prática da chamada “bomba baixa”, onde o volume abastecido é inferior ao indicado. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba estavam envolvidos nestes delitos.
No total, os agentes cumprem 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. “Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão,” concluiu a PF.
Com essa operação, o governo brasileiro busca não apenas combater o crime, mas também restaurar a confiança da população nas instituições e no comércio, mostrando que a lei será aplicada de forma rigorosa e eficaz.
Para mais detalhes sobre essa operação histórica e suas implicações, você pode acessar a fonte.