Brasil, 28 de agosto de 2025
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Lula defende soberania do Panamá sobre o Canal no encontro com presidente panamenho

O presidente Lula reafirmou o apoio à soberania panamenha durante visita de José Raúl Mulino e firmou novos acordos comerciais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira (28/8), a soberania do Panamá em relação ao canal artificial que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, diante das pressões dos Estados Unidos. Esta declaração foi feita durante a visita do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, a Brasília. O encontro traz à tona a importância do canal e das relações comerciais entre os dois países.

Soberania panamenha em foco

Em suas declarações, Lula destacou que o comércio internacional deve ser executado com respeito à soberania dos países, afirmando que “o comércio internacional é utilizado como instrumento de incursão e chantagem”. Ele reiterou o apoio incondicional do Brasil à soberania do Panamá sobre o canal, que é administrado pelo país há mais de 25 anos com eficiência e respeito à neutralidade, assegurando um trânsito seguro para navios de diversas origens.

O Canal do Panamá é uma das principais rotas hidroviárias do mundo, abrangendo mais de 80 quilômetros e atuando como um importante corredor para o comércio global. Na ocasião, Lula anunciou que o Brasil irá aderir ao tratado de neutralidade e funcionamento do Canal do Panamá, acordo que já conta com a assinatura de mais de 140 países. Durante a reunião, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Autoridade do Canal assinaram um memorando visando otimizar as exportações brasileiras pelo local.

Relações comerciais e acordos bilaterais

Um dos assuntos centrais discutidos na visita foi o comércio bilateral entre Brasil e Panamá. De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, o montante esperado para 2024 é de US$934,1 milhões, refletindo a crescente relação comercial entre os dois países.

A comitiva panamenha aproveitou a oportunidade para fechar um importante acordo de compra de quatro aeronaves Super Tucano, fabricadas pela Embraer. Estas aeronaves, que são caças de ataque leve, integrarão as forças armadas do Panamá, o que demonstra a confiança do país nas capacidades tecnológicas brasileiras. O último encontro entre Lula e José Raúl Mulino havia ocorrido no início de julho, durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado em Buenos Aires. Naquela ocasião, o Brasil assumiu a presidência do bloco econômico sul-americano, enquanto o Panamá formalizou sua adesão como membro associado.

Desafios ambientais e participação na COP30

Outro ponto relevante discutido entre os presidentes foi a crise nas hospedagens para a 30ª Conferência das Partes (COP30), programada para Belém, no Pará, em novembro. Este evento da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata de questões ambientais, tem recebido críticas por conta dos altos custos de hospedagem para as delegações que pretendem participar da conferência.

José Raúl Mulino confirmou a participação do Panamá na COP30 e sublinhou que o país é um dos mais afetados pelas mudanças climáticas, com especial preocupação em relação ao acesso à água pela população. Em suas palavras, “O Panamá precisa de água porque vendemos água pelo canal. É por isso que está começando a desenvolver um projeto de reservatório nas montanhas Copé e Colón, com o objetivo de fornecer água ao lago do canal, permitindo que os navios atravessem de oceano a oceano e que o povo do Panamá tenha água potável”.

Este encontro significativo entre os dois presidentes mostra não apenas a importância da soberania do Panamá sobre o canal, mas também como essa relação é vital para o comércio e a cooperação entre Brasil e Panamá, especialmente em um contexto global de desafios ambientais e econômicos.

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