Brasil, 28 de agosto de 2025
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Indústria do aço no Brasil pode perder até 37,6 mil empregos devido ao aumento de importações

Exportações e aumento de importações de aço ameaçam empregos e capacidade produtiva das siderúrgicas brasileiras

A crescente entrada de aço importado no Brasil, juntamente com a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA às exportações brasileiras, pode gerar a perda de até 37,6 mil empregos no setor siderúrgico do país, aponta projeção do Instituto Aço Brasil, que representa as indústrias do setor, empregando 117 mil pessoas.

Impacto das importações e da tarifação nos empregos e na produção

Entre janeiro e julho deste ano, as importações de aço no Brasil aumentaram 40%, atingindo 3,6 milhões de toneladas e representando cerca de 30% do consumo interno, segundo André Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil. A situação coloca sob risco a capacidade produtiva das siderúrgicas, que atualmente operam com 66% da capacidade, muito abaixo do ideal de 80%, podendo cair para 40%, o que poderia eliminar aproximadamente 37 mil empregos.

“Se as importações continuarem nessa trajetória, a indústria pode reduzir drasticamente sua capacidade de produção, com consequências graves para o emprego”, alertou Johannpeter em coletiva nesta quarta-feira. Segundo ele, se o setor alcançar 80% de utilização da capacidade, cerca de 17 mil vagas podem ser criadas.

Ameaça das tarifas e tensões comerciais

Nos Estados Unidos, o Brasil é o maior fornecedor de ferro-gusa, produto fundamental na fabricação de aço. Apesar de, até o momento, o ferro-gusa estar isento das tarifas mais pesadas — atualmente de 10%, enquanto outros produtos da siderurgia enfrentam tarifas de até 50% —, as negociações com compradores americanos estão em andamento, com possibilidade de futuras altas.

Silvia Nascimento, sócia da Ferroeste e diretora-executiva da Aço Verde do Brasil, explicou que há conversas em curso para possíveis ajustes contratados caso as tarifas aumentem. “Se as tarifas subirem, eles provavelmente vão querer negociar preços”, afirmou durante a conferência.

Perspectivas futuras e tensões internacionais

Apesar de a exportação de ferro-gusa ainda ser favorecida pelo atual cenário tarifário, o risco de deterioração nas relações comerciais entre os EUA e o Brasil preocupa o setor. Cerca de um terço das exportações brasileiras de ferro-gusa no primeiro semestre foi destinada ao mercado americano, que é altamente dependente do produto brasileiro.

O executivo destacou que, em outubro, fará uma viagem aos EUA para negociar cláusulas contratuais que garantam o fornecimento diante de possíveis novas tarifas. Atualmente, o país exporta aproximadamente 140 mil toneladas anuais de ferro-gusa para os EUA.

Reações e medidas adotadas

O governo brasileiro, enquanto isso, está adotando estratégias para defender o setor, incluindo a contratação de um escritório nos EUA dedicado a negociar sanções e tarifas. Segundo o presidente do Conselho, há uma preocupação crescente com a deterioração das relações comerciais e os impactos na indústria nacional.

“Nosso maior desafio é com a importação descontrolada, que ameaça os empregos e os investimentos no setor siderúrgico”, concluiu Johannpeter. A situação exige atenção dos atores econômicos e governamentais para evitar uma crise que comprometa a cadeia produtiva do aço no Brasil.

Para saber mais, acesse a reportagem completa.

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