Nesta quinta-feira (28), a Universidade Federal do Piauí (UFPI) inaugurou a Sala Lilás “Janaína da Silva Bezerra” no campus de Teresina. Este espaço inédito tem como objetivo oferecer suporte psicossocial a mulheres vítimas de violência dentro da comunidade acadêmica. A iniciativa é uma resposta à tragédia envolvendo a estudante Janaína Bezerra, assassinada em 2023 dentro da instituição.
A importância do novo espaço de apoio
Com o funcionamento previsto para o horário comercial de segunda a sexta-feira, a Sala Lilás está localizada no Centro de Ciências da Saúde (CCS), próximo à Ouvidoria da UFPI. No local, equipes formadas por psicólogas e assistentes sociais oferecerão serviços como escuta qualificada e orientação para as alunas e funcionárias que enfrentam situações de violência e discriminação.
Marli Clementino, presidente do Comitê Gestor de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação da UFPI, reafirmou o compromisso da universidade em proporcionar um ambiente seguro. “O objetivo é combater a violência e a discriminação, por meio de ações de formação, acolhimento e tratamento. A gente quer que todas as mulheres dentro da nossa universidade se sintam seguras, mas caso elas sejam vítimas, elas têm a quem procurar”, disse.
Relembre o caso que motivou a criação do espaço
A escolha do nome da sala é uma homenagem à estudante de Jornalismo Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, brutalmente assassinada em uma sala da UFPI durante um evento da calourada, entre os dias 27 e 28 de janeiro de 2023. O crime chocou a comunidade acadêmica e trouxe à tona a discussão sobre a segurança das mulheres nas universidades brasileiras.
Em maio deste ano, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) anulou o julgamento que havia condenado Thiago Mayson Barbosa a 18 anos e seis meses de prisão pelo crime. A decisão gerou uma série de debates sobre a Justiça brasileira e o tratamento dispensado às vítimas de violência.
Um passo importante para a segurança feminina
A inauguração da Sala Lilás representa um avanço significativo na luta contra a violência de gênero dentro das instituições de ensino. O espaço é mais do que um local físico; é um símbolo de acolhimento e esperança para muitas mulheres que se sentem inseguras ou silenciadas. Além disso, reflete o compromisso da UFPI em promover um ambiente mais inclusivo e seguro para todas as suas alunas.
A união de esforços entre a UFPI e a Secretaria de Segurança do Piauí (SSP-PI) mostra uma frente colaborativa para enfrentar um problema que afeta não apenas o campus da universidade, mas também a sociedade como um todo. Durante a inauguração, muitos expressaram a importância de levar adiante a luta pela equidade e pela proteção das mulheres em todos os âmbitos da vida social.
Expectativas para o futuro
A expectativa é que a Sala Lilás atraia não só mulheres que já sofreram violência, mas também aquelas que desejam se informar e se engajar em debates sobre esse tema tão relevante. Com a implementação desse serviço, a UFPI se torna uma referência na luta pela segurança feminina e na promoção dos direitos humanos, estabelecendo um exemplo positivo para outras instituições de ensino.
Ao inaugurarem este espaço, a UFPI não apenas homenageia a memória de Janaína, mas também dá um passo decisivo na reafirmação do direito de todas as mulheres à segurança e ao respeito. Em um momento em que o feminismo e a luta contra a violência de gênero estão mais em evidência, iniciativas como esta são mais do que necessárias – elas são um pedido por justiça e um chamado para ação.
O movimento em direção a ambientes mais seguros começa com a conscientização e a ativação de redes de apoio, e a Sala Lilás é uma conquista que representa um marco na história da UFPI e da luta pelos direitos das mulheres.