O Governo Central, formado pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou um déficit primário de R$ 59,1 bilhões em julho deste ano, conforme dados divulgados nesta quinta-feira pelo Tesouro Nacional. Este foi o segundo maior déficit registrado para o mês na história, atrás apenas de 2020, quando o resultado negativo foi de R$ 87,8 bilhões.
Impacto do crescimento das despesas primárias
De acordo com o Tesouro, o déficit de julho foi influenciado pelo aumento nas despesas primárias, que não incluem o pagamento de juros da dívida pública. O pagamento de precatórios, dívidas decorrentes de decisões judiciais, foi responsável por R$ 35,6 bilhões desse gasto. Além disso, foram desembolsados R$ 20,7 bilhões em benefícios previdenciários e R$ 1,1 bilhão no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Despesas sociais e previdenciárias elevam o déficit
O resultado negativo de julho foi composto por um déficit conjunto de R$ 16,4 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central, somado ao forte prejuízo de R$ 203,6 bilhões da Previdência Social. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o déficit totalizou R$ 70,2 bilhões, refletindo o desafio fiscal do país.
Perspectivas para a meta fiscal
Segundo o Tesouro, o desempenho das contas públicas é fundamental para que o governo atinja a meta fiscal de equilíbrio ou superávit neste ano, que prevê um intervalo entre déficit de R$ 31 bilhões e superávit de R$ 31 bilhões, equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A realização desse objetivo depende do controle das despesas e da arrecadação de receitas.
Especialistas destacam que o resultado de julho reforça a necessidade de ajustes nas contas públicas para cumprir a meta estabelecida. A perspectiva é de que o governo continue adotando medidas de contenção de gastos ao longo do restante do ano para evitar um descontrole fiscal maior.
Mais detalhes sobre o desempenho fiscal do país podem ser encontrados na matéria do Globo.