Brasil, 28 de agosto de 2025
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Gastos do governo central atingem segundo pior déficit da série histórica em julho de 2025

Déficit primário do governo central chegou a R$ 59,1 bilhões em julho, impulsionado por aumento de despesas e queda na receita líquida

As contas do governo central — que inclui o Tesouro Nacional, Banco Central (BC) e Previdência Social — registraram um déficit primário de R$ 59,1 bilhões em julho de 2025, o segundo pior da série histórica, perdendo apenas para 2020, quando o resultado foi de R$ 87 bilhões. Em julho de 2024, o déficit era de R$ 8,9 bilhões, em valores não corrigidos pela inflação.

Detalhes do resultado do governo central em julho de 2025

De acordo com o relatório do Tesouro Nacional divulgado nesta quinta-feira (28/7), o mês apresentou um déficit de R$ 16 bilhões entre Tesouro e Banco Central, enquanto a Previdência Social (RGPS) registrou um saldo negativo de R$ 42 bilhões. O resultado acumulado em 12 meses foi de déficit de R$ 34,1 bilhões, ou 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o documento, o resultado negativo neste ano decorreu de uma queda real na receita líquida de 9,4% (equivalente a R$ 201 bilhões) e um aumento das despesas totais de 35% (R$ 260 bilhões) em comparação com o mesmo período de 2024. Em termos reais, a receita total aumentou R$ 10,6 bilhões (4,5%), enquanto a receita líquida subiu R$ 7,6 bilhões (3,9%).

Principais fatores que influenciaram as receitas e despesas

O aumento da receita líquida em julho foi impulsionado principalmente pelo desempenho das receitas administradas pela Receita Federal, que cresceram 5,8% em termos reais (+R$ 8,8 bilhões). Entre os principais destaques estão:

  • Imposto sobre produtos industrializados (IPI) — redução de R$ 2,3 bilhões
  • Imposto de Renda — aumento de R$ 4,8 bilhões
  • Cofins — aumento de R$ 3,8 bilhões
  • Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) — aumento de R$ 1,4 bilhão
  • Arrecadação líquida para o RGPS — aumento de R$ 1,6 bilhão

Já em relação às despesas, houve um aumento de R$ 57,4 bilhões (28,3%) em julho, comparado ao mesmo mês de 2024. As principais variações foram:

  • Benefícios previdenciários — aumento de R$ 20,7 bilhões
  • Pessoal e encargos sociais — aumento de R$ 6,9 bilhões
  • Sentenças judiciais e precatórios — aumento de R$ 35,6 bilhões

Contexto e projeções

O resultado negativo impacta o déficit primário acumulado em 2025, que soma R$ 26 bilhões, considerando a meta de equilíbrio fiscal do governo federal para o ano, que busca manter o déficit em zero ou próximo disso. O objetivo da equipe econômica é alcançar o superávit primário de 1% do PIB até 2028, com projeções de superávits de 0,25% em 2026, 0,50% em 2027 e 1% em 2028.

Como explicou o Tesouro Nacional, o resultado de julho também reflete uma redução na arrecadação de impostos de importação e na receita de dividendos e participação em empresas estatais, além de um aumento nas despesas com benefícios previdenciários e pagamento de precatórios.

Impacto na política fiscal e perspectivas futuras

Segundo o relatório, o resultado de julho reforça a necessidade de ajustes fiscais e de controle de gastos para evitar a ampliação do déficit e garantir o cumprimento das metas fiscais estabelecidas para 2025. Mesmo com o cenário desafiador, o governo mantém o compromisso de alcançar o equilíbrio fiscal até o final da década.

Para acessar o relatório completo do Tesouro Nacional, acesse este link.

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