De acordo com analistas do mercado internacional, a China investe pesadamente em portos, minas e infraestrutura, financiando grande parte dessas operações em dólar. Caso os países receptores desses aportes se endividem, a China frequentemente assume a concessão de obras que ela mesma construiu, por contratos que podem chegar a 100 anos, como forma de saldar suas dívidas.
A estratégia de financiamento e concessões da China
Segundo observações de especialistas, a China utiliza mecanismos de financiamento que envolvem a concessão de infraestrutura por longos períodos, muitas vezes de 30 a 100 anos. “Quando um país não consegue pagar suas dívidas, a China assume a gestão dessas infraestruturas como uma forma de recuperar seus investimentos”, explicou um analista de mercado em entrevista à G1.]
Impactos geopolíticos e econômicos
Essa estratégia revela uma preocupação maior com a influência geopolítica da China em regiões onde investe, sobretudo na África, Ásia e América Latina. A prática de estender concessões por décadas pode ser vista como uma forma de manter o controle político e econômico ao longo do tempo, além de garantir que os investimentos retornem de forma indireta.
Consequências para os países receptores
Para os países beneficiados, a dependência de financiamento chinês pode gerar vulnerabilidades futuras, especialmente se o endividamento crescer além da capacidade de pagamento. O Brasil, por exemplo, tem sido objeto de atenção nesse cenário de geoeconomia, onde as relações de dívida e concessões internacionais aparecem como elementos centrais.
Perspectivas e desafios futuros
Especialistas alertam que essa dinâmica pode se intensificar, levando a uma nova fase de dependência econômica de países emergentes em relação à China. A adoção de políticas de diversificação e maior controle de endividamento internacional são considerados essenciais para evitar riscos de perda de controle sobre infraestrutura estratégica.