A Casa Branca confirmou nesta quinta-feira (28) seu apoio à decisão do diretor do Departamento de Saúde e Humanidades, Robert F. Kennedy Jr., de demitir a chefe do CDC, Susan Monarez, em meio a tensões internas na agência. A saída repentina ocorreu após Monarez se recusar a seguir ordens consideradas por Kennedy como questionáveis cientificamente, segundo fontes próximas à gestão.
Conflito interno e crise no CDC
Monarez, nomeada pelo Senado em julho, alegou por meio de seus advogados que foi demitida por discordar das diretrizes de Kennedy, que, por sua vez, tenta reformular a política de vacinas e o funcionamento da agência. Ela afirmou que resistiu a orientações consideradas pouco científicas, o que teria motivado sua dispensa. Outros líderes da instituição, incluindo o diretor médico Deb Houry, também renunciaram na mesma semana.
Reações políticas e debates sobre ciência
Senador Bernie Sanders (Vermont) criticou duramente a decisão, solicitando uma investigação sobre o episódio e sugerindo que a demissão representa uma tentativa de deslegitimar a ciência no país. “A decisão de despedir especialistas que defendem a integridade científica é extremamente perigosa e compromete a saúde pública”, afirmou Sanders.
De acordo com o porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a decisão de Kennedy foi respaldada pelo presidente Donald Trump, que reforçou que o chefe do CDC foi dispensado após desrespeitar orientação oficial e não estar alinhado com os objetivos do governo de garantir uma política de saúde sólida e transparente. “O presidente possui autoridade para dispensar quem não compartilha da missão de proteger a população”, destacou Leavitt.
Impacto na condução de políticas de vacinação
O episódio ocorreu em meio a controvérsias sobre a condução de campanhas de vacinação, especialmente relacionadas à Covid-19. Uma comissão do CDC que recomendava critérios para futuras vacinações está marcada para se reunir em meados de setembro, mas o senador Bill Cassidy pediu adiamento, alegando “sérios questionamentos” quanto à integridade científica do processo.
Perspectivas futuras e esforços de reconstrução de confiança
Kennedy e o presidente Trump afirmam que trabalham para restabelecer a credibilidade do CDC, tornando suas decisões mais transparentes e responsáveis ao público. Kennedy, especialmente, tem adotado uma postura crítica às orientações tradicionais de vacinação, promovendo a revisão das recomendações e criticando políticas anteriores relacionadas às vacinas contra doenças como o sarampo, hepatite B e RSV.
Especialistas apontam que o conflito revela o risco de politização na saúde pública, ingredientes de uma crise que pode afetar medidas de controle de doenças no futuro. Estados Unidos enfrentam assim um momento delicado na sua política de saúde, enquanto tentam equilibrar ciência, política e interesses econômicos.
Implicações para a saúde pública
A controvérsia ao redor do CDC evidencia as tensões entre o reforço de diretrizes científicas e interesses políticos, podendo comprometer a capacidade de resposta a futuras crises sanitárias. A comunidade internacional acompanha de perto o episódio, preocupado com a influência política na formulação de políticas públicas de saúde.