Nesta quarta-feira, autoridades do Brasil e do México assinaram dois acordos estratégicos voltados à cooperação na área de biocombustíveis e competitividade, em um momento de tensão econômica causado pela política comercial dos Estados Unidos, liderada pelo presidente Donald Trump. A assinatura ocorreu durante a visita do vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, ao México.
Cooperação na produção e uso de biocombustíveis
Segundo o governo mexicano, os países “analisarão as melhores formas de cooperar na produção, uso, regulamentação e certificação de biocombustíveis”. A iniciativa busca aproveitar “a reconhecida experiência brasileira no desenvolvimento sustentável de biocombustíveis”, destacou um comunicado oficial do México, assinado pelos ministérios de Relações Exteriores, Economia e Energia.
Fortalecimento institucional e competitividade
Além disso, o México assinou um memorando de entendimento com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), com o objetivo de “fortalecer as capacidades institucionais e aumentar a competitividade das empresas mexicanas e brasileiras no cenário internacional”.
Contexto econômico e estratégico
O Brasil atualmente enfrenta tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, enquanto o México negocia um acordo de longo prazo para evitar tarifas aduaneiras, em meio à crescente pressão econômica de Washington.
“O Brasil busca aprofundar sua relação comercial com o México para enfrentar o momento de incerteza causado pelas altas tarifas impostas pelos EUA”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo de Brasília é ampliar o atual acordo comercial e incrementar o fluxo de mercadorias, especialmente nos setores farmacêutico, agropecuário e aeroespacial.
Por sua vez, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, destacou que há “muitas possibilidades de complementaridade econômica com o Brasil”, citando, entre outras áreas, a indústria farmacêutica e a fabricação de automóveis, dado o forte papel de ambos os países na indústria automotiva global.
Perspectivas para o futuro
Especialistas veem esses acordos como uma estratégia para fortalecer a relação bilateral e criar uma alternativa às restrições impostas pelos EUA. A cooperação nos biocombustíveis é vista como um passo importante rumo à economia sustentável e à integração regional na América Latina.
Segundo fontes oficiais, os próximos passos incluem a implementação prática dessas ações, com detalhes a serem definidos nas próximas reuniões bilaterais. A expectativa é que ambas as nações tenham uma colaboração mais estreita nos setores estratégicos em 2025.
Mais detalhes sobre as articulações podem ser acessados na reportagem completa do O Globo.