Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, afirmou nesta quinta-feira (28) que a reunião de trabalho com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi “muito proveitosa”. O encontro resultou na assinatura de um documento para atualizar o Acordo de Comércio Exterior e Investimento Recíproco, que está em vigor há mais de 20 anos, com o objetivo de ampliar a cooperação econômica entre os dois países.
Expansão do comércio e relações agrícolas
Segundo Alckmin, o avanço se deu especialmente na área do agronegócio, com a abertura de mercados para pêssegos, aspargos e derivados de atum. Ele destacou que o Brasil já tinha acesso ao mercado mexicano para abacate, enquanto o México abriu espaço para farinha, bovinos e suínos, incluindo ração animal. “Foi um diálogo positivo, reforçando a importância da rastreabilidade sem interromper a cadeia de comércio”, afirmou o ministro.
Temas estratégicos e setor aeroespacial
Durante a reunião, também foram discutidos temas estratégicos, como a indústria de defesa, com destaque para o cargueiro C-390 da Embraer, que já possui uma fábrica no México com mais de mil colaboradores. Alckmin lembrou que a fabricante brasileira realizou uma venda importante de 20 aviões para o americana.
Facilitações na saúde e turismo
Outro tema tratado foi o alinhamento regulatório na área da saúde, com o reconhecimento mútuo das etapas de análise da Anvisa e da Cofepris, o que deve reduzir custos e acelerar a liberação de novos medicamentos. Além disso, foram discutidos mecanismos para facilitar o turismo, incluindo vistos eletrônicos para brasileiros e mexicanos, além do convite feito por Alckmin para que Sheinbaum participe da COP30, em Belém, em novembro.
Resposta às tarifas dos Estados Unidos
Questionado sobre a possibilidade de a aproximação entre Brasil e México ser uma resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos, Alckmin negou. Ele reforçou que o Brasil busca ampliar seus mercados há bastante tempo, independentemente dessas questões, defendendo o multilateralismo e o livre comércio. “Quem ganha com isso é a população”, afirmou o ministro.
Perspectivas para o futuro
Alckmin destacou que o esforço de ampliar o comércio externo é uma estratégia constante do Brasil, visando fortalecer a economia e gerar benefícios para os consumidores. A assinatura do acordo e os temas estratégicos discutidos mostram um avanço na relação bilateral, com potencial de aprofundamento nas áreas comerciais e de cooperação técnica, beneficiando ambos os países.
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