Na Basílica de Santo Agostinho em Campo Marzio, Roma, durante a missa em memória de Santa Mônica, o cardeal secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, manifestou a posição da Santa Sé em relação à crise no Oriente Médio. Sua declaração veio à tona em um momento crítico, após o apelo do Papa, enfatizando a urgência de um cessar-fogo e de um acesso seguro à ajuda humanitária na região.
Apelo pela paz e pelo fim do deslocamento populacional
O cardeal Parolin destacou a relevância do apelo feito pelo Papa durante a audiência geral, onde foram feitas chamadas para o “fim da guerra” e contra o deslocamento da população de Gaza. Esta declaração é apoiada por líderes da Terra Santa, incluindo patriarcas greco-ortodoxos e latinos, que se uniram em um clamor por paz e pelo direito de permanência dos habitantes locais em suas terras.
Interesses políticos e econômicos em conflito
Parolin fez questão de ressaltar que muitos interesses — políticos, econômicos, de poder e de hegemonia — estão em jogo e dificultam a busca por uma “solução humana” à crise. Ele afirmou que existem várias soluções possíveis para o conflito, mas que as dinâmicas de poder estão impedindo que estas se concretizem.
A escolha corajosa de permanecer em Gaza
Um dos principais desafios mencionados pelo cardeal é a segurança dos religiosos e fiéis que permanecem em Gaza. Referindo-se a um pedido de evacuação feito pelo governo de Israel, ele reconheceu que a liberdade de decisão está nas mãos dos fiéis. “A escolha de permanecer é corajosa”, disse Parolin, apontando para a realidade difícil enfrentada por aqueles que optam por ficar em suas comunidades, apesar das condições de segurança incertas.
Expectativas em relação às negociações diplomáticas
Em um contexto diplomático, Parolin revelou que o Vaticano estava em contato com o governo dos Estados Unidos através de sua embaixada, com a esperança de que as conversas internacionais que se desenrolam a partir da visita do ministro das Relações Exteriores de Israel a Washington possam levar a um progresso concreto. “Espero que haja um cessar-fogo, um acesso seguro à ajuda humanitária e que se respeite o direito internacional humanitário”, enfatizou, destacando a necessidade de evitar punições coletivas.
Visão sobre a postura do governo israelense
Por fim, o cardeal expressou suas preocupações em relação à posição do governo israelense frente à evacuação forçada da população de Gaza. Ele reconheceu que até o momento, o governo de Israel “demonstrou não querer recuar” de sua posição, embora a Santa Sé permaneça firme em sua intenção de insistir para que as circunstâncias possam mudar. “Talvez não haja muitas esperanças”, concluiu Parolin.
A situação no Oriente Médio continua a exigir atenção internacional, e a posição do Vaticano ilustra a importância de uma abordagem humanitária. O chamado por um cessar-fogo e acesso humanitário revela a necessidade urgente de diálogo e uma solução pacífica para um dos conflitos mais complexos do nosso tempo.
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