O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta semana seu ataque ao Federal Reserve, colocando em risco a estabilidade econômica do país. Criticando duramente o atual presidente do Fed, Jerome Powell, Trump questiona a postura do banco central em manter altas as taxas de juros, mesmo diante de sinais de desaceleração econômica.
Conflito com o Federal Reserve e possíveis consequências
Trump já nomeou o chefe de seu Conselho de Assessores Econômicos para uma das cadeiras do conselho do Fed e busca remover a governadora Lisa Cook, alimentando especulações sobre uma batalha judicial que pode ameaçar a autonomia da instituição. Segundo analistas, essa interferência pode prejudicar a credibilidade do banco central na luta contra a inflação.
Apesar das tensões políticas, o que realmente impacta os custos de financiamento nos EUA é o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos, definido por traders ao redor do mundo em tempo real. Este índice determinante indica quanto os americanos pagam por hipotecas, empréstimos comerciais e demais dívidas, influenciando diretamente a economia.
Taxas de juros, tarifas e inflação
Embora Powell sinalize uma possível retomada do afrouxamento monetário já no próximo mês, as taxas de longo prazo permanecem elevadas por outros motivos, como tarifas comerciais que ameaçam agravar uma inflação ainda alta. Além disso, o déficit orçamentário deve continuar emitindo títulos do Tesouro, alimentando as preocupações do mercado.
As tarifas implementadas por Trump, inclusive, provocaram uma das maiores quedas nas vendas de títulos das últimas décadas, disparando os rendimentos. Ainda assim, o ex-presidente reestebeleceu tarifas de importação e mantém uma política comercial instável, o que reforça as expectativas de altas e volatilidade nas taxas de longo prazo.
Impacto na economia e nos mercados
O aumento das taxas de juros, sobretudo na ponta longa da curva, reforça o temor de que a política de Trump possa alimentar crescimento descontrolado da dívida pública, elevando ainda mais os custos de financiamento e dificultando o controle da inflação. Segundo analistas, essa política pode gerar maior volatilidade nos mercados de títulos e pressionar a credibilidade do Fed.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que o elevado volume de emissão de dívida para cobrir os déficits aumenta as preocupações com o crescimento econômico e a inflação, levando o mercado a apostar em taxas mais altas por mais tempo. A expectativa é de que os rendimentos de títulos de longo prazo permaneçam elevados mesmo com sinais de cortes de juros.
Repercussões políticas e jurídicas
A tentativa de Trump de demitir Lisa Cook do Fed, sob acusações não comprovadas de fraude hipotecária, gerou grande atenção nos mercados. Ainda que o Fed tenha declarado que só pode remover funcionários por justa causa e que cumprirá decisões judiciais, o episódio aumentou a turbulência política e a tensão na autoridade monetária.
Especialistas destacam que o mercado confia na proteção institucional do Fed contra pressões políticas, mas o clima de instabilidade traz riscos de maior aumento nos prêmios de risco na curva de juros.
Perspectivas futuras e cenário internacional
Com o crescimento do emprego desacelerando nos EUA e Powell sinalizando cortes de juros, o mercado já precifica cinco reduções de 0,25 ponto até o fim do próximo ano. Entretanto, a influência de Trump ainda gera incertezas, com o retorno dele à Casa Branca podendo agravar a instabilidade na política monetária.
Além dos EUA, outros países — como Reino Unido e França — também enfrentam pressões semelhantes, refletindo a preocupação internacional com dívidas elevadas e políticas econômicas imprevisíveis.
Para compreender melhor o impacto dessas tensões, leia a análise completa em este artigo.