Recentemente, surgiram notícias sobre escolas no Reino Unido adotando aulas de treino de chamadas telefônicas, incluindo suporte para processos de admissão universitária e outras situações cotidianas. A iniciativa visa auxiliar principalmente jovens que enfrentam ansiedade na comunicação oral por telefone, uma dificuldade que, segundo dados, afeta grande parte da população.
Por que ensinar chamadas telefônicas nas escolas?
Dados do Reino Unido indicam que cerca de 63% das pessoas já sentiram medo ao falar ao telefone, e esse sintoma afeta proporcionalmente mais jovens. Apesar de parecer simples, a habilidade de fazer uma ligação efetiva tem grande impacto na vida pessoal e profissional. Segundo Jo Saxton, CEO da UCAS, as chamadas relacionadas à universidade caíram em um terço desde 2019, refletindo a dificuldade de jovens em fazer ligações.
As aulas de treinamento incluem simulações de chamadas para universidades, negociações de empréstimos estudantis, orientações sobre direitos como locatários e até dicas de culinária saudável. O objetivo é facilitar a transição para o mundo adulto, onde a comunicação por telefone continua sendo essencial.
Benefícios de uma abordagem prática na formação
Preparação para o mercado de trabalho
James Johnstone, diretor de escola na Bacup & Rawtenstall Grammar School, relata que as atividades também ajudam estudantes a se preparar para entrevistas de emprego, melhorando sua autoconfiança e habilidades de argumentação. “Se podemos ensiná-los a se comunicar melhor por telefone, também estamos ajudando-os a enfrentar outras entrevistas e negociações”, explica.
Redução da ansiedade e incentivo à autonomia
Ao aprenderem técnicas de chamada, os jovens ganham autonomia e segurança, habilidades cada vez mais necessárias na rotina. Além disso, os adultos também podem se beneficiar dessas aulas, especialmente aqueles que vivem com medo ou receio de telefonar, uma condição conhecida como telefobia, que atinge 29% da população com menos de 25 anos.
Continuidades e desafios
Apesar do crescimento desse método, ainda há dúvidas sobre a implementação em larga escala. Jo Saxton esclarece que há escolas adotando o programa de forma voluntária, e que essa iniciativa é uma resposta à crescente dificuldade enfrentada pelos estudantes ao realizar chamadas telefônicas.
Especialistas defendem que essa prática pode diminuir a ansiedade relacionada ao telefone, tornando mais fácil para todos, independentemente da idade, enfrentar tarefas cotidianas. Afinal, a comunicação eficaz é uma habilidade indispensável na vida moderna e no mundo profissional.
Um passo para a comunicação mais consciente
Se as escolas que vêm promovendo esses cursos optarem por ampliar essa prática, terão uma oportunidade de promover uma formação mais completa, estimulando não só a habilidade de falar ao telefone, mas também a confiança interpessoal. Afinal, estar preparado para uma chamada pode aliviar o estresse e facilitar relacionamentos futuros.
Por que não aceitar que todos, jovens ou adultos, poderiam se beneficiar de aprender a se comunicar melhor por telefone? Parece uma medida simples, mas que tem potencial para fazer grande diferença na vida de muitos.