Brasil, 27 de agosto de 2025
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Shippers globais suspendem entregas aos EUA após fim da isenção de tarifas

Países suspendem envios ao EUA com o fim da isenção de impostos para pequenas remessas, podendo impactar preços e atrasos na entrega

À medida que a isenção de tarifas para envios de baixo valor aos Estados Unidos chega ao fim nesta sexta-feira, diversas companhias globais de transporte já suspendem entregas ao país. A medida, determinada pelo presidente Donald Trump em julho, ameaça alterar cadeias logísticas e elevar custos para consumidores americanos.

Fim da isenção de de minimis e impacto nas entregas

Trump assinou uma ordem executiva em 30 de julho para eliminar a isenção de tarifas de US$ 800, conhecida como de minimis, que permitia a entrada de pacotes de baixo valor sem cobranças fiscais. A partir de 29 de agosto, essa regra deixa de valer para todos os países, aumentando a tributação sobre importações de pequeno valor.

Com a mudança, empresas de diversos continentes — incluindo Europa, Austrália, Índia, Nova Zelândia, Taiwan e Japão — anunciaram pausas nas entregas para os EUA. A União Postal Universal da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que 25 países já suspenderam seus serviços postais ao país.

Desafios logísticos e efeito dominó na cadeia de transporte

Especialistas apontam que a incerteza sobre quem será responsável pela cobrança de tarifas e como os dados de importação serão transmitidos às autoridades americanas cria um gargalo na entrada de remessas.

“Criou-se uma enorme barreira operacional,” afirmou a DHL, que anunciou a suspensão temporária de entregas por parte da Deutsche Post e DHL Parcel Alemanha.

Concetramento nas transportadoras privadas e custos crescentes

Segundo Ashley Dudarenok, consultora de pesquisa de consumo baseada na China e Hong Kong, muitas empresas não estão preparadas para lidar com o novo sistema de cobrança de tarifas, o que provoca um efeito dominó na cadeia de entregas. Isso pode levar ao aumento nos custos de transporte, uma vez que mais remessas serão canalizadas por companhias como FedEx e UPS.

“Quanto mais empresas suspendem, maior a sobrecarga nas privadas, elevando os custos logísticos,” explica Dudarenok.

Consequências para o comércio internacional com os EUA

Desde maio, chineses sofreram forte redução no volume de exportações para os EUA, em torno de 65%, devido às tarifas impostas por Trump. A resposta global ao fim da isenção de de minimis pode intensificar o impacto sobre o comércio bilateral, além de criar pressões internas para possíveis reversões na política.

Embora haja especulações de que a administração possa reconsiderar a decisão, a Lei “One Big Beautiful Bill”, sancionada em julho, prevê a eliminação definitiva da isenção até julho de 2027, reforçando o impacto de mudanças estruturais na importação de pequenas remessas.

Especialistas alertam que o cenário pode levar a uma maior valorização dos custos de envio e atraso nas entregas, afetando consumidores e empresas nos Estados Unidos nos próximos meses.

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