O estelionato, crime que se aproveita da vulnerabilidade de idosos, tornou-se o tipo de crime mais frequente na Delegacia de Atendimento ao Idoso de Salvador. Nos primeiros seis meses de 2025, a cidade registrou mais de 2.300 ocorrências, o que representa um alarmante aumento de 61% em comparação ao mesmo período do ano passado. A delegada Cristiane Leite, titular da unidade, ressaltou que esses crimes frequentemente exploram a dificuldade de entendimento e a inocência dos idosos, utilizando métodos como empréstimos e transferências bancárias, muitas vezes vinculados ao ambiente virtual.
A realidade dos idosos em Salvador
Uma das vítimas, uma idosa de 79 anos que optou por não revelar sua identidade, lamentou ter perdido R$ 80 mil ao tentar adquirir uma casa. “Eu vendi a minha antiga casa por R$ 90 mil, mas acabei repassando R$ 80 mil pensando que era um consórcio. Eu não entendia nada daquele processo”, desabafou. Essa situação nua e crua retrata a fragilidade enfrentada por muitos idosos que, além da dificuldade em compreender conceitos financeiros, também lidam com a crescente prática de golpes.
Atualmente, cerca de 35 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais têm direitos fundamentais garantidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa, criado em 2003. Este documento estabelece que cabe à família e à sociedade garantir o acesso dos idosos a saúde, alimentação, transporte e outras proteções essenciais. No entanto, à medida que essa população cresce, também aumentam os crimes praticados contra ela, incluindo violência física, psicológica e patrimonial.
Um panorama preocupante
O secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, alertou sobre o crescimento da violência patrimonial e financeira. “Além das violências físicas e psicológicas, as fraudes financeiras estão se intensificando”, afirmou, enfatizando a necessidade de proteção a esse grupo vulnerável.
Como se proteger contra estelionatos
Diante desse cenário preocupante, é fundamental que tanto os idosos quanto seus familiares fiquem atentos a algumas orientações para evitar golpes financeiros:
- Caso faça uma compra equivocada, não confirme ou forneça qualquer dado por telefone. Sempre prefira tratar de assuntos delicados diretamente na agência, preferencialmente com um gerente.
- Em situações de processos judiciais, busque informações sobre o processo com associações de classe ou advogados de confiança antes de efetuar qualquer pagamento.
- Se o seu cartão ficar retido em um caixa eletrônico, procure um funcionário credenciado dentro da agência ou deixe o cartão na máquina e solicite o cancelamento posteriormente.
- Na presença de estranhos em agências bancárias, recuse ajuda e tente resolver questões diretamente com os funcionários da instituição.
O delegado Felipe Santos ressalta que a mesma preocupação que os idosos têm com suas senhas bancárias deve ser aplicada aos aplicativos móveis e plataformas governamentais. “Desconfie de ligações estranhas que alegam ser de familiares pedindo pagamentos ou transferências”, alertou.
Conclusão
A luta contra o estelionato dirigido a idosos é um desafio que não deve ser subestimado. Cuidar da segurança financeira dos mais velhos é uma responsabilidade coletiva que envolve a família, a sociedade e as autoridades competentes. Com medidas preventivas e conscientização, é possível minimizar os riscos e oferecer um ambiente mais seguro para essa população tão valiosa.
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