Um caso humano de infestação pelo parasita conhecido como Nova Mosca-de-Rind (New World screwworm) foi registrado nos Estados Unidos nesta mês, informou o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS). A infecção ocorreu em um paciente que voltou de El Salvador, país onde há surtos atuais, e a confirmação foi feita pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em 4 de agosto. Apesar do ocorrido, especialistas tranquilizam sobre o baixo risco de transmissão no país.
O que é a Nova Mosca-de-Rind e como ela age
De acordo com o CDC, a infestação acontece quando larvas da mosca entram em feridas abertas ou mucosas de animais de sangue quente, incluindo humanos. As fêmeas depositam de 200 a 300 ovos em locais vulneráveis, como ferimentos, e, ao eclodirem, as larvas se alimentam dos tecidos vivos, causando danos extensos e podendo levar a infecções bacterianas secundárias. A especialista Laurel Bristow, da Universidade de Emory, explica que essas larvas “causam dor intensa” e que a presença do parasita é mais comum em animais de criação na América Central e México.
Atual situação nos Estados Unidos
O governo americano tem uma história de combate à mosca com campanhas de reprodução de moscas machos estéreis, uma técnica eficaz na erradicação do inseto. Nesta semana, o secretário de Agricultura, Brooke L. Rollins, anunciou a construção de uma instalação para produção de moscas estéreis em Edinburg, Texas, reforçando o esforço de controle.
Prevenção e cuidados ao viajar para áreas de risco
Especialistas recomendam precauções como manter feridas limpas e protegidas, usar roupas de manga longa e meias, além de repelentes de insetos registrados na EPA. Dr. Sheldon Campbell, especialista em doenças infecciosas, destaca a importância de tratar roupas com permetrina a 0,5% e dormir em ambientes com telas para evitar picadas. Bristow acrescenta que, apesar do risco extremamente baixo de casos em humanos, a preocupação maior está relacionada à saúde de animais de criação e selvagens, que podem ser mais afetados.
Quais sinais de infestação em humanos
Segundo a CDC, sinais de infestação incluem feridas que não cicatrizam, que começam a crescer ou apresentam sinais de presença de larvas. Nesses casos, é fundamental procurar atendimento médico para remoção manual das larvas e tratamento adequado. A especialista Bristow alerta que é pouco provável que o parasita complete seu ciclo em humanos, sendo mais preocupante para o setor de pecuária.
Perspectivas para o controle e riscos futuros
Para estar preparado, o CDC reforça que a única forma de tratar a infestação é a remoção física das larvas. Ainda assim, o risco de propagação ou de aumento de casos no país permanece muito baixo, uma vez que a mosca não está presente nos Estados Unidos desde o meio século passado. A preocupação atual está em proteger a saúde de animais e evitar que o parasita se estabeleça em solo nacional.