Brasil, 27 de agosto de 2025
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Polêmica em batizado: padre recusa nome de criança por não ser cristão

Família denuncia padre que ignorou nome de criança em batizado no Rio de Janeiro, criando debate sobre preconceito religioso.

No último fim de semana, um caso curioso e polêmico envolveu o batizado de uma menina chamada Yaminah em uma igreja católica localizada no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro. O nome da criança foi recusado pelo padre responsável pela cerimônia, o que gerou indignação entre os familiares e repercutiu nas redes sociais.

Os detalhes do caso

A história começa com uma celebração que contava com a expectativa dos pais, David Fernandes e Marcelle Turan, que já haviam preparado todos os documentos necessários e realizado o curso de padrinhos antes do evento. Contudo, momentos antes do início da cerimônia, o padre afirmou que não pronunciaria o nome Yaminah durante o batismo. Segundo ele, o nome não possuía conotações cristãs e estava associado a um culto religioso.

A recusa do sacerdote deixou a família perplexa. Para eles, o nome Yaminah, de origem árabe, possui um significado especial, ligando-se a conceitos como bênçãos, forças e boa sorte. De acordo com o que os pais compartilharam, o nome remete também a justiça e prosperidade, valores que eles desejam para a filha.

O significado do nome Yaminah

Yaminah é um nome que não é apenas único, mas que carrega em si uma rica herança cultural. Derivado de “Yameen”, que significa “mão direita” ou “lado direito”, é um nome comum em várias culturas do Oriente Médio, especialmente entre comunidades muçulmanas. Assim, é compreensível que a família tenha ficado abalada ao ver o nome da criança ser depreciado em um momento que deveria ser de celebração.

Reação da Arquidiocese e orientações pastorais

A Arquidiocese do Rio de Janeiro emitiu uma nota defendendo que o batismo foi realizado de acordo com as diretrizes do ritual romano. No entanto, reconheceu que o nome das crianças não é mencionado em todos os momentos da celebração, mas apenas em uma parte específica da liturgia. A instituição ressaltou que, embora sacerdotes possam oferecer conselhos sobre a escolha de nomes, isso nunca deve ser motivo para a recusa de um sacramento.

Ademais, no Código de Direito Canônico, há uma observação que busca evitar que pais, padrinhos e párocos imponham nomes que possam ser considerados alheios ao sentido cristão. Esse detalhe do código tem gerado debates sobre o que significa realmente um nome que não é tradicionalmente cristão e até que ponto isso pode ferir as crenças e valores das famílias que buscam seu lugar na comunidade religiosa.

Recursos legais e implicações sociais

Frustrados e revoltados, os pais decidiram registrar o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, alegando que houve preconceito por parte do padre, sob a justificativa de que a recusa foi motivada pela origem do nome da criança. O desdobramento do caso tem feito com que muitos questionem se a Igreja deve se manter sempre aberta à pluralidade e diversidade de nomes e histórias, em um mundo cada vez mais multicultural.

Reflexões sobre o preconceito religioso

A situação levantou discussões em torno do preconceito religioso e da exclusão que muitos grupos enfrentam dentro de instituições que, teoricamente, deveriam proporcionar acolhimento e spiritualidade. O caso de Yaminah é emblemático, pois reflete a luta de muitos pais que tentam celebrar suas tradições e transmitir valores aos seus filhos, mesmo em contextos que, por vezes, não os reconhecem plenamente.

O episódio também pode servir como um alerta para que a Igreja considere revisões nas suas políticas quanto à imposição de nomes, permitindo uma maior abertura cultural e sensibilidade com as diferenças, algo que é essencial nos dias de hoje, em uma sociedade ainda repleta de preconceitos e discriminações.

Assim, a polêmica em torno do batizado de Yaminah não é apenas sobre um nome não pronunciado, mas um convite à reflexão sobre inclusão e respeito pelas diversas tradições que compõem o tecido social brasileiro.

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