Uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (27/8), aponta que 96% dos brasileiros apoiam a exigência de um exame de proficiência para médicos recém-formados antes de obterem o registro profissional. Com essa iniciativa, espera-se garantir um padrão mínimo de qualidade no atendimento à saúde, que é uma preocupação crescente no país.
Composição da Pesquisa
O Datafolha coletou dados de um total de 10.524 pessoas em 254 municípios, abrangendo tanto regiões metropolitanas quanto cidades do interior do Brasil. A pesquisa foi realizada com uma margem de erro de um ponto percentual e um nível de confiança de 95%. Dentre os entrevistados, apenas 3% consideraram desnecessário a aplicação do exame, enquanto 1% não expressou opinião.
Goiás se destacou como o estado com a maior ênfase na necessidade do exame, com 98% de apoio, enquanto no Acre, 92% dos participantes também se mostraram favoráveis à prova. Este levantamento reflete uma ansiedade coletiva em relação à competência dos profissionais de saúde que estão ingressando no mercado de trabalho.
A importância do Exame de Proficiência em Medicina
O debate sobre a eficácia e a necessidade da implementação de um Exame Nacional de Proficiência em Medicina está sendo amplamente discutido no Congresso Nacional, com projetos de lei que visam regulamentar essa exigência. As propostas preveem que a aprovação no exame seja um pré-requisito para que os médicos possam exercer a sua profissão. Este passo é considerado essencial não apenas para a confiança da população, mas também para a elevação da qualidade dos cursos de Medicina no país.
Perfis dos Formados e o Exame
Quando questionados sobre quais médicos deveriam passar pelo exame de proficiência, 98% dos entrevistados acreditam que todos, independentemente de onde se formaram, devem submeter-se à prova. Apenas 2% argumentaram que o exame deve ser aplicado apenas para médicos formados no exterior. Isso evidencia a preocupação da população com a uniformidade no nível de competência dos profissionais que atuarão na saúde pública e privada.
Aumento da confiança nos atendimentos médicos
Os dados do Datafolha também revelaram que 92% dos brasileiros opinaram que a realização do exame aumentaria a confiança no atendimento de saúde. Apenas 4% acreditam que isso poderia reduzir a confiança, e 3% afirmaram que a prova não teria impacto nesse aspecto. A percepção positiva da população pode ter um reflexo significativo na valorização do trabalho médico e na relação entre médicos e pacientes.
Plano de Legislação em Andamento
A discussão sobre a criação do Exame de Proficiência em Medicina ganha força no Congresso Nacional. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado está promovendo uma audiência pública para debater o Projeto de Lei 2.294/2024, de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que já recebeu parecer favorável. Além disso, na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Lei 785/2024, que também busca avançar nesse tema. A urgência a que se refere a Câmara já foi aprovada, e as propostas aguardam apreciação no Plenário.
Pontos de vista sobre a pesquisa
José Hiran Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), expressou que os resultados da pesquisa refletem a opinião da ampla maioria dos profissionais da saúde. De acordo com ele, a implementação desse exame não apenas melhorará a qualidade do atendimento, mas também forçará as instituições de ensino a se adequarem às normas exigidas, garantindo um padrão ideal para os novos médicos.
“A aprovação da medida no Congresso Nacional é fundamental para elevar o padrão educacional, pois assegura que os recém-formados tenham um nível adequado de competência para exercer a profissão”, ressaltou o presidente do CFM.
Conclusão
À medida que o debate sobre o exame de proficiência avança no cenário legislativo, a expectativa é de que a maioria da população e dos profissionais da saúde continue a pressionar por essa medida, visando garantir a qualidade do atendimento médico no Brasil. O resultado da pesquisa do Datafolha deixa claro que a sociedade deseja médicos bem preparados, o que é um passo crucial para a melhoria do sistema de saúde no país.