Nos últimos dias, Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, tem sido palco de intensos incêndios que ameaçam a vegetação local. Apenas entre domingo (24) e quarta-feira (27), o Corpo de Bombeiros registrou 11 focos de incêndio, totalizando 110 ocorrências desde o início de 2025. Com a chegada do mês de agosto, a situação se agrava devido à escassez de chuvas e ao clima seco, aumentando o risco de queimadas. De acordo com as autoridades, as ações humanas são as principais responsáveis por esse panorama preocupante.
Incêndios em áreas urbanas e rurais
Uma das ocorrências mais alarmantes aconteceu no domingo (25), quando um caminhão na RJ-142, que liga Mury a Lumiar, apresentou um curto-circuito, fazendo com que as labaredas se espalhassem rapidamente pela vegetação seca. Guardas-parques da APA Macaé de Cima, como Gabriel Ide e João Pedro Freire, atuaram durante a noite em um esforço hercúleo para conter as chamas.
Outro incêndio significativo atingiu uma vasta área no bairro Cardinot, que levou cerca de dez horas para ser controlado. Já na segunda-feira (26), novos focos surgiram em bairros como Suíço, Chácara do Paraíso, Rui Sanglard, Prado, em Conselheiro Paulino, e no distrito de Riograndina, mostrando a extensão do problema.
Consequências para moradores e meio ambiente
A fumaça dos incêndios está causando preocupações entre os moradores da região. Especialmente crianças e idosos têm sentido as consequências do ar poluído, que dificulta a respiração. O Corpo de Bombeiros indicou que, de 1º de janeiro até 25 de agosto, foram registrados 110 incêndios. Este número, que poderia parecer alarmante por si só, representa uma queda de quase 60% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 272 incidentes.
Entretanto, a situação atual ainda é grave, considerando que, em todo o ano de 2024, 427 ocorrências foram registradas. A maior parte dos incêndios é atribuída a ações irresponsáveis, como queimar lixo, descartar bitucas de cigarro em áreas secas e soltar fogos de artifício ou balões. Diante dessa problemática, o Corpo de Bombeiros orienta a população a nunca tentar apagar o fogo sozinha e a acionar imediatamente os serviços de emergência pelo telefone 193.
Saúde em risco
Além dos perigos ambientais, os incêndios têm implicações diretas na saúde pública. A médica alergista Natalia Pedrosa explica que o tempo seco e a fumaça aumentam os riscos de problemas respiratórios. Para amenizar os efeitos da fumaça, ela recomenda várias medidas, como a ingestão de bastante água, manter o ambiente umidificado e realizar lavagens nasais.
“Crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes, como rinite ou asma, são os mais vulneráveis. Se surgirem sintomas como tosse, falta de ar ou chiado no peito, é fundamental buscar atendimento médico”, adverte a especialista.
Previsões climáticas e continuidade dos incêndios
As previsões meteorológicas não trazem boas notícias. Especialistas indicam que a falta de chuvas deve persitir nos próximos dias, aumentando ainda mais o risco de novos focos de incêndio nesta região já debilitada. A situação pede atenção redobrada e um esforço coletivo para evitar que tragédias ambientais e de saúde pública se agravem em Nova Friburgo.
Com a natureza em risco e a saúde da população afetada, é essencial que cada cidadão faça sua parte para prevenir e agir diante de incêndios, garantindo um futuro mais seguro para todos.
