Brasil, 27 de agosto de 2025
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Grito dos Excluídos 2025: A luta pela democracia e pela casa comum

O 31° Grito dos Excluídos acontecerá em Manaus no dia 05 de setembro, abordando a importância do cuidado da natureza e da democracia.

O 31º Grito dos Excluídos e Excluídas será realizado no dia 05 de setembro de 2025, em Manaus. Com o tema “Vida em primeiro lugar” e o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, o evento busca refletir sobre a importância do cuidado com a natureza e com o processo democrático no Brasil.

A participação da Igreja no Grito dos Excluídos

O Cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), destacou, em coletiva de imprensa, a relevância do Grito nesse contexto. Segundo ele, o evento não é apenas uma manifestação, mas uma forma de “refletir, discutir e proclamar o cuidado da Casa Comum e da Democracia” como pilares essenciais para a vida humana.

Steiner enfatizou que a natureza deve ser respeitada e cuidada, pois é um privilégio viver em uma região que ainda preserva sua beleza natural. “É um privilégio morarmos aqui, onde ainda podemos apreciar a natureza em seu esplendor”, afirmou. Contudo, ele também trouxe à tona preocupações sobre a destruição ambiental causada por projetos no Congresso Nacional, principalmente a possibilidade de mineração em Terras Indígenas.

Imposição de grupos de interesse

Durante a coletiva, o Cardeal questionou a hipocrisia presente na legislação brasileira: “Os deputados e senadores permitiriam a mineração nas próprias terras? Não, mas como se trata de terras indígenas, então pode”, disse. Essa visão crítica foi direcionada à forma como a democracia, muitas vezes, serve aos interesses de grupos e empresas, em detrimento do bem-estar coletivo e da proteção ambiental.

Ele reafirmou que o Grito dos Excluídos é uma chamada à ação: “O desejo desse grito é trazer a vida em primeiro lugar, sempre em primeiro lugar”, ressaltou Steiner, acrescentando que a vida democrática também está em perigo. Apesar de existir instituições que funcionam, a democracia ainda enfrenta sérias dificuldades.

Cuidado da Casa Comum é fundamento da dignidade

O padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Cáritas Arquidiocesana de Manaus, também participou da discussão, destacando que “a vida com seu valor, dignidade e direitos é fundamental”. Ele enfatizou que a democracia permite que as pessoas manifestem suas opiniões e se organizem coletivamente. “Precisamos garantir os direitos da natureza e dos povos”, frisou.

A Araújo, “se não há participação popular, o controle dos grupos de interesse predomina no Congresso”. Ele chamou a atenção para o fato que muitos parlamentares estão mais alinhados com os interesses de grupos organizados, como agronegócios e mineradoras, em vez de representar a população.

Ele concluiu sua fala ressaltando que a democracia requer mais do que apenas votar; é necessário que a sociedade se engaje ativamente nas questões sociais: “Precisamos caminhar para uma democracia participativa em que a sociedade tenha consciência de seu papel e responsabilidade”, advertiu.

Um grito sobretudo de esperança

O coordenador de pastoral da arquidiocese de Manaus, padre Geraldo Bendaham, também compartilhou seus pensamentos sobre o Grito. Ele mencionou que “se nós gritamos, se tem um grito, é porque há dor”. Esse grito, segundo ele, é uma manifestação da dor social e ecológica que a sociedade enfrenta. “Estamos preocupados e devemos demonstrar nossa indignação”, afirmou, ressaltando a importância de transmitir uma mensagem de esperança.

Bendaham pediu aos presentes para refletirem “se está tudo bem com nossa sociedade” e, ao responder, concluiu que “não está bem, economicamente, socialmente, e ecologicamente”. No entanto, ele incentivou todos a manterem a esperança e a lutarem por um mundo melhor, sem críticas excessivas e focando em ações concretas para o futuro, como a preservação do meio ambiente.

O Grito dos Excluídos é, portanto, um lembrete poderoso da necessidade de ação comunitária e responsabilidade compartilhada para garantir um futuro sustentável e democrático. Assim, o evento de 05 de setembro se torna não apenas uma manifestação de protesto, mas também um apelo à esperança e à transformação social.

Para mais informações, você pode acessar o link aqui.

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