O influenciador digital Felca revelou que enfrentou um dos piores meses financeiros de sua carreira após a postagem do vídeo “Adultização”. Neste conteúdo, ele expõe casos alarmantes de abuso e exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais. O vídeo, que gerou uma onda de discussões nas plataformas digitais, trouxe consigo não apenas visibilidade para o tema, mas também um alto custo pessoal para o influenciador.
Decisão corajosa: recusando publicidade
Durante uma entrevista emocionante no programa “Conversa com Bial” da TV Globo, Felca compartilhou sua decisão de recusar todas as propostas publicitárias que recebeu após a divulgação de seu vídeo. Segundo ele, a maior parte de sua renda provém de parcerias publicitárias, e em um período de duas semanas, ele declinou todas as oportunidades que surgiram. “Neste mês, não tive qualquer tipo de renda. Para os negócios não foi bom”, confessou Felca.
A importância do debate
O influenciador justificou sua escolha, afirmando que era necessário dar espaço para o debate sobre a exploração infantil. “Eu não quero aparecer dizendo ‘compre tal coisa’. Isso me descredibilizaria. Estou fazendo algo que é maior do que eu e do que a minha renda”, declarou. Sua postura foi elogiada por Pedro Bial, que ressaltou o valor de sua decisão: “É a diferença do que tem valor e do que tem preço. Isso não tem preço, tem valor”.
Coragem ao relatar casos de exploração
Na entrevista, Felca detalhou algumas das situações mais marcantes que encontrou durante sua investigação para o vídeo, que levou mais de um ano para ser realizado. Ele mencionou um caso particularmente impactante de uma mãe que usava a imagem da filha menor para criar e comercializar conteúdo em plataformas privadas. “Era a própria família por trás da sexualização da criança”, lamentou Felca, indicando assim a grave realidade enfrentada por muitas crianças nas redes sociais.
Doações em vez de lucro
Embora seu vídeo “Adultização” possa gerar, segundo estimativas de mercado, cerca de meio milhão de reais em monetização, Felca anunciou que todo o valor arrecadado será doado para instituições dedicadas ao combate do abuso infantil, como Childhood Brasil, Instituto Liberta, Aldeias Infantis SOS Brasil, Eu Me Protejo e Fundação Abrinq. Essa atitude demonstra seu comprometimento com a causa e com o bem-estar das crianças.
Ameaças e a luta contínua
Desde que lançou o vídeo, Felca tem recebido ameaças, principalmente após denunciar o influenciador Hytalo Santos, que foi preso sob suspeita de exploração sexual de adolescentes. Mesmo diante dessas adversidades, Felca enfatiza que não pretende interromper o trabalho. “Eu mantenho a cautela, mas estou fazendo algo que é mais importante do que eu. Desculpa aí, não vou conseguir parar”, afirmou em uma recente entrevista ao programa “Fantástico”.
Visibilidade e responsabilidade social
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas, Felca reafirma que seu objetivo continua sendo dar visibilidade a um problema extremamente sério e que vai muito além das redes sociais. “É um trabalho que vai muito além da internet”, disse ele, demonstrando uma clara citação de responsabilidade social em sua atuação.
O caso de Felca não apenas traz à tona questões urgentes sobre a segurança infantil nas plataformas digitais, mas também questiona o papel que influenciadores têm na sociedade moderna. Ao colocar os valores acima dos lucros, ele se torna um exemplo para colegas e seguidores, mostrando que a voz dos influenciadores pode e deve ser utilizada para trazer à luz problemáticas sociais essenciais.