Na alocução do Angelus de 17 de agosto de 2025, o Papa Leão XIV proferiu uma importante exortação, ressaltando que “agir segundo a verdade tem um custo”. Para o pontífice, no mundo atual, há quem opte pela mentira e, com isso, o diabo, aproveitando-se dessa situação, muitas vezes busca impedir a ação dos bons. Contudo, Jesus nos convida, com Sua ajuda, a não desistir e não nos conformar com essa mentalidade. Esta mensagem ressoa profundamente em nossa sociedade, onde os valores parecem ter se invertido, e certas práticas, antes questionáveis, tornaram-se consideradas “normais”.
A inversão de valores na sociedade contemporânea
A exortação do Sumo Pontífice nos adverte sobre a crescente influência de uma moralidade distorcida, onde o mal se apresenta disfarçado de bem. A escolha pela inverdade e a intervenção do diabo, que se aproveita das situações duvidosas, frequentemente obstrui a ação dos justos, criando um ambiente propício à atuação de forças que se opõem ao que é bom. Nessa realidade, o “pai da mentira” (João 8, 44) utiliza inverdades para erigir barreiras àqueles que buscam retidão.
A mentira, ao corroer a confiança e a cooperação, gera desconfiança e divisão. Aqueles que optam por mentir, buscando vantagens pessoais ou evitando a verdade, alimentam a desordem e o caos. A resistência à inverdade requer coragem, perseverança e, acima de tudo, um discernimento aguçado, que permite aos virtuosos não se deixarem abater por exemplos negativos, reafirmando a verdade como uma força libertadora capaz de guiar a humanidade a um futuro mais justo.
O chamado à ação de Jesus
Jesus Cristo, com Sua infinita sabedoria e compaixão, nos faz um convite irrecusável: não se resignar, mas agir. Esta chamada à ação envolve perseverar na luta pelo bem e manter viva a Graça santificante através de um esforço contínuo. A figura da “porta estreita” (Lucas 13, 24) não deve ser vista apenas sob a ótica do sofrimento, mas como um símbolo de firmeza de propósito e plenitude, essencial para que possamos vencer adversidades e construir um ambiente de paz, mesmo diante de antagonismos.
A Salvação de Jesus Cristo não é apenas um suporte passivo; é uma realidade ativa que nos fortalece. Na força do Espírito Santo, Sua luz dissipa a escuridão da desesperança e nos orienta a agir com amor e sabedoria. Esse esclarecimento nos capacita a responder ao mal com o bem e promove um ambiente de paz e união, em vez de hostilidade.
A importância do amor e do diálogo
O convite de Jesus nos motiva a ser agentes de transformação positiva: ser luz onde há trevas, levar esperança onde há desespero e disseminar amor onde há ódio. A exortação de Leão XIV também ressalta a importância de um compromisso com a verdade e a necessidade de responder à arrogância não com retaliação, mas com bondade e compreensão.
Como os mártires, que testemunharam sua fé ao longo da história, somos desafiados a buscar a justiça e a verdade. O apoio de figuras como Santo Inácio de Antioquia, que usou o termo “Católica” para definir a Igreja, demonstra a importância de viver a fé de forma corajosa e autêntica. Sua disposição em reconhecer as heresias e exortar à unidade e obediência é um exemplo claro de como devemos agir em tempos de adversidade.
Um chamado à retidão e à esperança
O apelo final de Leão XIV é por uma conduta moral elevada, onde devemos persistir na fé, desafiando as tentações e defendendo a retidão, mesmo quando isso exige sacrifício. O diálogo e a compreensão são fundamentais para sustentar a esperança e a unidade. A nossa vida, guiada pelo amor e pelo serviço ao bem comum, é um testemunho vital da fé em Cristo.
À luz dessa reflexão, é essencial que cada um de nós busque a sabedoria divina, permitindo que os nossos valores sejam moldados pela graça e amor que nos são oferecidos por Deus. Que Maria Santíssima, a Mãe do Bom Conselho, nos inspire a sermos autênticos em nossa vivência cristã, sem hipocrisia, com coragem e fé inabalável.
Que possamos viver conforme os princípios que Jesus nos ensinou, proclamando a verdade em amor, e assim ser luz no mundo atual tão carente de esperança. Amém.