Brasil, 27 de agosto de 2025
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Estudo aponta vulnerabilidade de estados do Nordeste ao tarifaço americano

Ceará, Alagoas, Paraíba, Amapá e Acre lideram lista de maior risco devido à dependência de exportações específicas e pouca isenção tarifária

Analistas do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV Ibre identificaram quais estados brasileiros enfrentam maior vulnerabilidade ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (22). A pesquisa destaca a forte dependência de nichos específicos e a baixa isenção tarifária como principais fatores de risco a momentos de fechamento de mercados.

Critérios de vulnerabilidade e principais riscos para os estados brasileiros

Para elaborar o índice, foram considerados três aspectos essenciais: o percentual de produtos sem isenção de tarifas, a exposição ao mercado americano na pauta exportadora de cada estado e o grau de concentração setorial. O coordenador do centro de estudos, Flávio Ataliba, explica que a vulnerabilidade não depende apenas do volume absoluto de exportação, mas também da dependência relativa e da capacidade de diversificação produtiva.

“Estados com alta exposição ao mercado norte-americano e baixa diversificação enfrentam dificuldades maiores de ajuste, mesmo que seus números absolutos sejam menores”, afirma Ataliba. Nesse sentido, estados como Ceará, Alagoas, Paraíba, Amapá e Acre destacam-se por concentrar parte significativa de suas exportações em setores específicos, o que aumenta o risco de perdas expressivas devido às sobretaxas.

Dependência setorial e impactos regionais

O estudo revela que o Ceará depende em 67% de ferro e aço, Alagoas de açúcar (96,5%), Paraíba de açúcar (56,3%), além do Amapá de lácteos (65,7%) e Acre de castanha-do-pará (60,7%). Essa concentração amplia o impacto do tarifaço, podendo afetar empregos, arrecadação e empresas locais.

Por outro lado, estados maiores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, exibem exportações mais diversificadas e maior percentual de produtos isentos, o que reduz a vulnerabilidade. São Paulo, por exemplo, exporta US$ 13,57 bilhões aos EUA, com 44,1% sem sobretaxa, enquanto o Maranhão apresenta cerca de 91% de isenção, quase neutralizando o impacto tarifário.

Classificação por níveis de vulnerabilidade

O estudo divide os estados em três categorias: alta, média e baixa vulnerabilidade. Ceará, Alagoas, Paraíba, Amapá e Acre estão entre os mais vulneráveis. Estágios de vulnerabilidade média incluem Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Amazonas, que apresentam combinações variadas de exposição ao mercado externo e diversificação na pauta.

Por exemplo, Paraná e Santa Catarina, responsáveis por mais de US$ 3,3 bilhões em exportações para os EUA, exibem baixa isenção (4% e 17%), sinalizando perdas futuras diante de um cenário de sobretaxas. Já o Amazonas tem 42% das exportações isentas, o que ajuda a minimizar os efeitos do tarifaço.

Impactos e recomendações para políticas públicas

O coordenador do centro de estudos aponta que o ranking de vulnerabilidade serve de suporte para orientar ações do Plano Brasil Soberano, especialmente em regiões mais expostas ao risco comercial americano. Medidas emergenciais, como linhas de crédito, seguro às exportações e apoio logístico, devem ser priorizadas nesses estados.

Além disso, Ataliba destaca a importância de os próprios estados reconhecerem suas fragilidades e promoverem estratégias de diversificação e abertura de novos mercados, a fim de reduzir a dependência de condições externas adversas.

Próximos passos e evento de lançamento

O estudo completo será apresentado na quarta-feira, das 11h às 12h, em evento online com participação de Flávio Ataliba, Thiago Freitas, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV Ibre, e Lia Valls, professora da Uerj. Para participar, acesse o link para inscrição.

Mais informações sobre o estudo podem ser acessadas na reportagem completa disponível no site do O Globo.

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