O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (27/8). Durante uma audiência da Subcomissão Especial de Apuração de Violações de Direitos no 8 de Janeiro, o parlamentar afirmou que Moraes está “dobrando a aposta” em medidas consideradas autoritárias e se tornou um alvo de sua articulação internacional para sanções, que também pretende levar à Europa.
A ofensiva contra Moraes
“E é exatamente isso que Alexandre de Moraes está fazendo. Cada vez que ele dobra a aposta, nos dá a oportunidade de escancarar para o mundo inteiro que ele realmente é merecedor de todas as sanções. E não se enganem, não fiquem surpresos se isso for levado também para a Europa, que é o próximo passo”, declarou Eduardo.
A articulação de Eduardo Bolsonaro inclui um plano de viagem à Europa, com data prevista para o dia 12 de setembro. No mesmo dia, terá início a sessão final do julgamento de Jair Bolsonaro, que está sendo analisado no STF. Eduardo tem aliado nesta empreitada o jornalista Paulo Figueiredo, que já foi seu assessor e é um conhecido defensor do bolsonarismo.
Possíveis repercussões da viagem
O deputado já havia mencionado suas intenções em uma entrevista ao Metrópoles no início de agosto, embora esteja avaliando se seu nome consta na lista de procurados da Interpol. O objetivo é utilizar o Parlamento Europeu como um palco para pressionar a favor da aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, uma legislação que permite a imposição de sanções a indivíduos acusados de violação de direitos humanos.
Rede de apoio internacional
A estratégia de Eduardo inclui o apoio de uma rede de políticos conservadores e de extrema-direita no Parlamento Europeu. Este grupo é formado por representantes de diferentes países, como Polônia, Portugal, Espanha, França, Finlândia e Grécia, que compartilham interesses semelhantes aos defendidos pelo bolsonarismo, como críticas à regulamentação de redes sociais e resistência a políticas pró-LGBT.
Aliados e suas posições
Entre os aliados que Eduardo encontrou para essa missão estão:
- Dominik Tarczynski (Polônia) – recentemente anunciou, via X (antigo Twitter), um pedido de sanções contra Moraes, assinado por 16 eurodeputados.
- Antonio Tânger Corrêa (Portugal) – associado ao partido Chega, é defensor de pautas anti-imigração e tem ganhado apoio entre brasileiros no exterior.
- Jorge Martín Frías (Espanha) – ligado ao Vox, já acusou Moraes de abusos contra as ações da família Bolsonaro.
- Virginie Joron (França) – membro do partido de Marine Le Pen, ela também assinou o pedido de sanções contra o ministro.
- Sebastian Tynkkynen (Finlândia) – crítico das regras de moderação de conteúdo nas redes sociais.
- Afroditi Latinopoulou (Grécia) – conhecida por seus posicionamentos contra a bandeira LGBT em instituições e a linguagem neutra em escolas.
Eduardo Bolsonaro e sua retórica atual
Desde que se estabeleceu nos Estados Unidos em fevereiro deste ano, Eduardo tem se posicionado como um exilado político enquanto intensifica suas críticas ao Judiciário brasileiro. Seu foco recai principalmente sobre o ministro Alexandre de Moraes, que é relator de inquéritos que envolvem vários aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF.
Recentemente, a Polícia Federal indiciou Eduardo e seu pai por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. A investigação aponta que ambos estariam tentando intimidar autoridades e restringir o exercício de poderes constitucionais no contexto de uma suposta trama golpista que teria ocorrido entre 2022 e 2023.
A polarização política no Brasil continua a se intensificar, e os próximos passos de Eduardo Bolsonaro na Europa serão observados com atenção, tanto por apoiadores quanto por críticos, em uma saga que busca captar a opinião pública sobre a atuação de autoridades brasileiras e seus esforços em sanções internacionais.
