Brasil, 27 de agosto de 2025
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Dom Lodiong pede diálogo e paz após violência no Sudão do Sul

O Bispo de Yei, Dom Alex Lodiong, clama por diálogo para resolver crise no Sudão do Sul após recente violência durante visita pastoral.

Nos últimos dias, a tensão política e social no Sudão do Sul se intensificou, levando a uma série de confrontos que colocaram em risco vidas inocentes. O Bispo da Diocese de Yei, Dom Alex Lodiong Sakor Eyobo, enfatizou a urgência do diálogo e da construção de soluções coletivas para superar as divisões que afligem o país. Sua mensagem ecoa em meio à violência que interrompeu sua visita pastoral à Paróquia da Assunção de Lasu.

Cenário alarmante no Sudão do Sul

A escalada da violência no Sudão do Sul levou Dom Lodiong a refletir sobre a necessidade de um entendimento mútuo entre as diversas partes envolvidas. Durante sua recente visita à Catedral de Cristo Rei, o bispo compartilhou a angústia que sentiu ao presenciar a insegurança na Paróquia de Lasu, a qual visitava para realizar cerimônias religiosas. Os conflitos entre as Forças de Defesa Popular do Sudão do Sul (SSPDF) e milícias opositoras deixaram a comunidade em pânico, com muitos moradores buscando abrigo na própria igreja.

Uma comunidade resiliente

Apesar das dificuldades, Dom Lodiong destacou a força da fé e o compromisso dos paroquianos. Ele ressaltou que, durante sua visita, mais de 200 crianças receberam a Sagrada Comunhão pela primeira vez e muitos fiéis participaram da Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, padroeira da paróquia. “A Paróquia de Lasu é vibrante. Mesmo em tempos de crise, os jovens e as crianças mantêm sua conexão com a fé”, afirmou o bispo, ressaltando a importância da espiritualidade em tempos de adversidade.

Caos durante a visita pastoral

Na manhã de sua visita, por volta das 4h30, o ambiente pacífico foi abruptamente invadido por tiroteios. Dom Lodiong relatou o desespero que tomou conta das aldeias de Lasu e Libogo, onde muitos buscavam refúgio na igreja ou fugiam para as matas, criando uma situação desesperadora, especialmente para as crianças. “Algumas separaram-se dos pais. Até os combatentes armados têm dificuldade em permanecer no mato, quanto mais as crianças inocentes”, disse o prelado, manifestando sua preocupação com a segurança dos jovens envolvidos.

Apelo à paz e ao entendimento

Dom Lodiong fez um apelo enfático pela paz e pelo entendimento, afirmando que somente por meio do diálogo seria possível superar as discrepâncias políticas e sociais do país. Ele ressaltou que a violência, ao invés de resolver conflitos, perpetua o sofrimento. “Não há alternativa ao diálogo. Todos os nossos problemas só poderão ser resolvidos quando nos unirmos e nos assentarmos à mesa para discutirmos”, pontuou.

Desafios contínuos na Diocese de Yei

A Diocese de Yei, que faz fronteira com o Uganda e a República Democrática do Congo, enfrenta desafios adicionais devido à insegurança. O acesso a serviços essenciais, como assistência médica e educação, já se tornou precário e, na ausência de medidas adequadas, a situação pode se agravar ainda mais. A insegurança alimentar é uma preocupação crescente, ainda mais após a morte do engenheiro civil queniano James Kariuki, que foi vítima de uma emboscada enquanto executava um projeto vital de construção local.

Diante de todas essas adversidades, o apelo de Dom Lodiong ecoa como um chamado à reflexão, à unidade e à busca por soluções pacíficas. Em um momento em que a fé pode oferecer a esperança necessária, ele pediu solidariedade e orações pela comunidade de Lasu e por todo o Sudão do Sul. “Estamos seguros, mas o sofrimento de nosso povo não pode ser ignorado. Devemos fazer nossa parte”, concluiu.

O clamor por paz e diálogo ressoa mais forte do que nunca, e é essencial que todos se unam para enfrentar os desafios que assolam o Sudão do Sul.

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