Brasil, 27 de agosto de 2025
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Dólar deve seguir enfraquecendo nos próximos meses, aponta Itaú

Segundo o Itaú Unibanco, o dólar tende a continuar em processo de enfraquecimento, influenciado porPolicy do Federal Reserve e cenário externo

O Itaú Unibanco avalia que o dólar deve permanecer em queda nos próximos meses, impulsionado pela expectativa de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (FED) e por um cenário de desaceleração econômica nos Estados Unidos, conforme explicou o economista-chefe do banco, Mário Mesquita.

Inflação e política monetária nos EUA

Mesquita destacou que as recentes taxas impostas pelos Estados Unidos a diversos países provocaram um choque de oferta no mercado americano, reduzindo a entrada de produtos estrangeiros e gerando pressões inflacionárias internas. Como consequência, o FED tende a reduzir os juros, mas em ritmo mais lento do que o previsto pelo mercado, já que a economia americana permanece aquecida, com baixa taxa de desemprego.

Pressões políticas e mudança na postura do FED

O economista lembrou que a autonomia do banco central americano tem sido questionada. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destituiu a diretora do FED, Lisa Cook, e aumentou as críticas ao presidente do banco, Jerome Powell, por não diminuir os juros tão rapidamente. Segundo Mesquita, essa pressão deve induzir uma mudança na postura do FED nos próximos seis a nove meses, tornando a política monetária mais branda para controlar a inflação.

“A gente vai assistir ao longo dos próximos seis, nove meses, a uma mudança de postura do FED, na direção de provavelmente se tornar mais leniente com a inflação”, afirmou o economista.

Implicações para o dólar e o real

Essa possível mudança de postura do FED resulta em um comportamento atípico de ativos americanos. Tradicionalmente, em economias desenvolvidas, a alta nos juros de mercado costuma valorizar a moeda local. No entanto, nos últimos meses, ocorreu o contrário: mesmo com a elevação das taxas de médio prazo, o dólar se desvalorizou.

Mesquita explica que a decisão de continuar cortando juros deve fortalecer a tendência de enfraquecimento do dólar. “O dólar no mundo tende a continuar o processo de enfraquecimento. Os Estados Unidos vão cortar a taxa de juros, começando agora e continuando no ano que vem, mas esse relaxamento da política monetária deve bater mais para 2027 do que para 2026 […] E tem mais espaço para o dólar cair. E aí o dólar caindo, ele traria junto com o real. Traria, não necessariamente trará, porque há fatores que podem atrapalhar, como uma piora das contas externas.”

O cenário externo, aliado às ações do Federal Reserve, mantém o real relativamente estável em relação ao dólar, mas com sinais de fragilidade fronte à tendência de enfraquecimento da moeda americana.

Impactos no cenário doméstico

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu o ciclo de cortes na taxa Selic, sinalizando uma manutenção por um período prolongado. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a pausa deve perdurar até pelo menos o final do ano, refletindo uma cautela diante de expectativas inflacionárias e cenário externo.

Segundo Mesquita, a postura mais conservadora do Banco Central já começa a mostrar resultados positivos, especialmente na melhora das expectativas de inflação, captadas pela pesquisa Focus, a qual antecipou movimentos de queda na inflação implícita, resultado da política monetária adotada até o momento.

“O Banco Central está começando a ganhar a batalha das expectativas, isso é muito bom. A inflação implícita já tinha cedido e, normalmente, ela antecede os movimentos da Focus. Isso, sem dúvida alguma, é resultado da política monetária. A política monetária está começando a colher os frutos de todo o esforço que foi feito”, concluiu Mesquita.

Para mais informações sobre o cenário cambial e as projeções do dólar, acesse a matéria completa no site do Globo.

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