Brasil, 27 de agosto de 2025
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Criação de empregos no Brasil cai 32% em julho, menor número desde 2020

Em meio a juros altos e desaceleração econômica, geração de empregos formais recua 32,2% em julho, apontam dados do Caged

A criação de empregos formais no Brasil desacelerou novamente em julho, com a abertura de 129.778 postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Este foi o menor volume para o mês desde 2020, quando foram abertas 108.476 vagas, considerando a nova metodologia adotada a partir daquele ano.

Redução na geração de empregos e comparação histórica

Em relação ao mesmo mês do ano passado, a criação de empregos apresentou uma queda de 32,2%. Em julho de 2024, foram criados 191.373 postos de trabalho, já com os ajustes feitos para compensar declarações pendentes. Nos sete primeiros meses do ano, o saldo foi de 1.347.807 vagas, uma redução de 10,35% frente ao mesmo período de 2023 — o menor resultado desde 2023.

A alteração na metodologia do Caged impede comparações diretas com períodos anteriores a 2020, quando essa nova abordagem foi adotada. Ainda assim, o resultado revela um cenário de desaceleração lenta e contínua no mercado de trabalho brasileiro.

Setores impulsionadores e outros destaques

Todos os cinco setores analisados criaram empregos em julho. O setor de serviços liderou a geração de vagas, com abertura de 50.159 postos, seguido pelo comércio, com 27.325 vagas, e pela indústria de transformação, responsável por criar 24.426 empregos. A construção civil também apresentou crescimento, com a criação de 19.066 empregos, enquanto a agropecuária fechou o mês com a geração de 8.795 postos.

Destaques por segmentos

Nos serviços, o segmento de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foi o principal responsável, com 26.718 vagas abertas. O setor de transporte, armazenagem e correios também contribuiu, ao abrir 11.668 postos.

Na indústria, a de transformação foi a mais expressiva, contratando 22.834 trabalhadores a mais do que demitiu. A indústria extrativa abriu 1.786 vagas, enquanto o segmento de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação fechou 704 postos em julho.

Regiões e estados

Todos os cinco grandes regiões brasileiras registaram saldo positivo de empregos com carteira assinada em julho. O Sudeste liderou, com a abertura de 50.033 vagas, seguido pelo Nordeste, com 39.038. O Centro-Oeste criou 21.263 empregos, o Sul, 11.337, e o Norte, 8.128.

Entre os estados, 25 das 27 unidades federativas tiveram saldo positivo. São Paulo se destacou com a criação de 42.798 postos, seguido por Mato Grosso (+9.540) e Bahia (+9.436). Tocantins e Espírito Santo foram os únicos que fecharam vagas, com perdas de 61 e 2.381 postos, respectivamente, este último influenciado pelo fim da safra de café.

Perspectivas futuras

Especialistas apontam que a continuidade do aperto monetário e a desaceleração econômica devem manter a tendência de desaceleração na geração de empregos nos próximos meses. A persistente alta dos juros aumenta o custo de contratação e impede a retomada plena do mercado de trabalho no curto prazo.

Para o Ministério do Trabalho e Emprego, a geração de empregos neste período reforça a necessidade de estímulos econômicos e medidas de estímulo à economia formal para recuperar o dinamismo do mercado de trabalho brasileiro.

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