A BYD, conhecida principalmente pelo volume de veículos elétricos acessíveis na China, agora busca reescrever sua narrativa com inovações no segmento de carros de luxo. Na última semana, o modelo premium esportivo Yangwang U9 Track Edition atingiu 472,41 km/h em testes na Alemanha, tornando-se o carro elétrico mais rápido do mundo, segundo fontes da própria montadora.
De carros populares a recordistas de velocidade
Tradicionalmente associada ao mercado de veículos elétricos de massa, a BYD tenta se destacar na área de carros de alto desempenho com o lançamento do Yangwang U9, cujo preço ultrapassa os US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão). O sucesso do modelo em testes na pista de Papenburg, na Alemanha, reforça o posicionamento da marca como uma concorrente de peso no segmento de carros esportivos de alta velocidade.
Inovação e pista de testes próprias
Além do recorde, a tentativa da BYD de se distanciar do perfil utilitário envolveu a construção de um circuito off-road em Zhengzhou, na China, aberto ao público por uma taxa de inscrição de cerca de R$ 453. Considerado uma estratégia de marketing, o espaço permite que entusiastas façam test-drives e experimentem até mesmo o seu modelo Yangwang U9 na pista, que inclui rampas e obstáculos de areia com mais de seis mil toneladas de areia, além de uma piscina para testes aquáticos.
Segundo o CEO da BYD, Wang Chuanfu, o objetivo é criar uma cultura de condução diferenciada, misturando alta velocidade e diversão. “Estamos investindo bilhões de yuans em pistas e experiências que conectem o público ao universo dos veículos elétricos de alta performance”, afirmou Wang em coletiva recente.
Desafios na percepção do esporte
No entanto, o conceito de automobilismo elétrico traz questionamentos para os puristas. A experiência visceral do esporte, marcada pelo ronco dos motores e a sensação tátil de trocas de marcha, é difícil de reproduzir com tecnologia silenciosa e assistida por recursos inteligentes.
Sean Zhou, comentarista de Fórmula 1 em Xangai, comentou: “Depende muito da definição de ‘prazer de dirigir’. É rápido, sem dúvida, mas a sensação de controle manual é outro mundo”. Mesmo assim, a BYD não parece focada em convencer os tradicionais entusiastas do automobilismo, mas sim em construir uma nova cultura automotiva, com treinos de velocidade, circuitos especiais e testes de estabilidade com assistência ao piloto.
Crescimento do automobilismo chinês
A aposta da chinesa também se dá no investimento em infraestrutura de corridas. Em Zhengzhou, a empresa inaugurou recentemente uma pista de corrida com um percurso de alta velocidade, além de uma duna artificial e uma pista de água para testes aquáticos. Esses espaços visam promover a cultura de veículos de energia limpa e velocidade, além de atrair novos consumidores e pilotos certificados, que podem pagar por experiências premium.
Enquanto isso, outras montadoras chinesas, como a Zhejiang Geely Holding Group, também investem em pistas de corrida de padrão internacional, buscando consolidar sua presença no mercado automobilístico global e no automobilismo profissional. A iniciativa de montar pistas abertas ao público coloca a BYD em um grupo que alia tecnologia, esportes motorizados e experiências exclusivas para clientes e entusiastas.
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