A controvérsia envolvendo a possível demissão de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve, ganhou força após declarações do ex-presidente Donald Trump, que questionou a autoridade do banco central americano de remover sua nomeada. Cook, que enfrenta uma investigação do Departamento de Justiça, afirma que Trump não possui base legal para sua saída.
Disputa judicial e acusações sem provas
Na noite de segunda-feira (26), Lisa Cook declarou publicamente que Trump “não tem autoridade” para demiti-la, ressaltando que não há motivos legais para seu afastamento. A diretora, que é a primeira mulher negra a ocupar uma posição na diretoria do Fed, contratou o renomado advogado Abbe Lowell para defender seus direitos, afirmando que recorrerá à Justiça contra a tentativa de destituição.
Segundo Lowell, “a tentativa de Trump de demiti-la, baseada apenas em uma carta de encaminhamento, não tem qualquer fundamento em fatos ou na lei”. Ele afirmou ainda que adotará “todas as medidas necessárias para impedir” a tentativa de Trump. A disputa judicial pode chegar até a Suprema Corte, que decidirá sobre a legitimidade do ato.
investigação do Departamento de Justiça
O Departamento de Justiça investiga Cook após alegações do diretor da Federal Housing Finance Agency, Bill Pulte, de que ela teria feito declarações falsas em solicitações de hipotecas residenciais. Até o momento, a diretora não foi formalmente acusada ou condenada por qualquer crime.
Trump, por sua vez, fez acusações infundadas de fraude, após Lutnick, um de seus aliados, insinuar que Cook teria cometido fraude hipotecária e que ela “deveria desaparecer”. O secretário de Comércio também afirmou que o conflito é uma questão que cabe ao Justiça resolver, adotando uma postura crítica à conduta de Cook.
Resposta da diretora e possibilidades futuras
Lisa Cook reforçou sua posição, afirmando que sua administração no Fed permanece intacta e que não pretende renunciar. A disputa inclui ainda o papel de figuras como Bill Pulte, que iniciou a investigação contra Cook, o que aumentou o clima de tensão na instituição.
Especialistas observam que o impasse pode se estender por meses, com possíveis consequências na autonomia do Federal Reserve. A decisão final deve depender de uma avaliação jurídica que ainda está em andamento, e a questão põe em evidência a forte polarização política que influencia o funcionamento do banco central.