Os preços dos imóveis estão em queda em metade dos maiores mercados dos Estados Unidos, conforme revela um novo relatório. Essa tendência despertou temores sobre um possível colapso do mercado imobiliário, à medida que vendedores reduzem seus preços na tentativa de atrair compradores hesitantes, desencorajados pelas altas taxas de hipoteca e pela incerteza econômica.
Aumento nas reduções de preço
Em julho, 27,4% das listagens de imóveis registraram cortes nos preços, o que representa a maior taxa já registrada nos dados mensais da Zillow desde 2018. Essa diminuição ajudou a empurrar os preços para baixo ano a ano em 25 das 50 maiores cidades dos EUA, principalmente nas regiões do Sul e do Oeste.
Estados como Flórida e Texas tornaram-se conhecidos por suas cidades que eram anteriormente boomtowns, agora experimentando as quedas de preços mais rápidas do último ano. Por exemplo, Tampa viu uma diminuição de 6,2%, Austin 6%, Miami 4,6%, Orlando 4,3% e Dallas 3,9%, segundo a Zillow.
Segundo Kara Ng, economista sênior da Zillow, “as cidades onde as correções de preço são mais acentuadas estão entre aquelas que tiveram o maior aumento no estoque de imóveis em comparação com o período anterior à pandemia.” Isso sugere uma superoferta de imóveis no mercado, especialmente no Sul, onde o boom imobiliário da pandemia está agora se revertendo em um colapso devido ao excesso de construções.
Superoferta de imóveis afeta o mercado
Com muitos imóveis disponíveis no mercado e uma demanda em queda, as propriedades estão se acumulando. A Flórida, em particular, enfrenta uma crise com proprietários tendo dificuldades para vender seus imóveis, exacerbada por crises nos condomínios e pelo aumento das taxas de seguro devido à ameaça de desastres naturais.
Entretanto, embora os preços estejam caindo, isso está restaurando uma pequena parte da acessibilidade que havia sido perdida durante o aumento de preços no início da pandemia. Contudo, compradores ainda enfrentam barreiras de acessibilidade em áreas costeiras do oeste, como San Francisco e San Diego.
Mercados com crescimento nos preços
Enquanto as preocupações sobre o colapso do mercado escalam em algumas áreas dos EUA, outras continuam a ver o crescimento nos preços dos imóveis. Nesses mercados, os valores aumentaram ao longo do último ano em 25 grandes cidades, principalmente no Meio-Oeste e no Nordeste.
“A demanda é alta — especialmente em áreas acessíveis — mas as restrições à construção limitam novos projetos e construções de maior densidade”, observa Ng. Cidades como Cleveland, Ohio, registraram um aumento de 4,7% nos preços dos imóveis no último ano, seguido por Hartford, Connecticut, com 4,5%, Louisville, Kentucky, com 3,9% e Detroit, Michigan, com 3,8%.
Perspectivas futuras do mercado imobiliário
Recentemente, a Zillow reavaliou suas previsões para o mercado imobiliário, projetando uma redução geral nos valores dos imóveis nos Estados Unidos em 2025. A previsão de 12 meses feita em maio sugere que os preços dos imóveis devem cair em uma média de 0,9% entre abril de 2025 e abril de 2026. Esta queda representaria a primeira diminuição geral nos preços desde 2011.
Essa mudança é significativa em relação à previsão anterior da empresa, que previa alta de 2,9% nos valores este ano. Com as constantes flutuações no mercado, tanto compradores quanto vendedores enfrentam um cenário desafiador, tornando a navegação pelos complexos sistemas de preços e disponibilidade ainda mais crucial em 2025.