O progresso do país rumo à normalização é lento, mas tangível. O vigário apostólico de Aleppo, dom Hanna Jallouf, explica à mídia do Vaticano o papel dos cristãos na reconstrução do país: “aqui, somos o sal da terra”.
Um passo para a normalização da Síria
Recentemente, dom Hanna Jallouf chegou a Roma após participar do Meeting 2025 em Rimini, um evento que promove a amizade entre os povos. Em conversa com jornalistas, o vigário apostólico de Aleppo destacou a melhoria progressiva da situação econômica e social da Síria, enfatizando que o novo governo, liderado pelo presidente Ahmed al-Sharaa, está promovendo uma efetiva inclusão dos cristãos no processo de normalização e reconstrução do país.
“As informações que chegam à mídia ocidental muitas vezes não coincidem com a realidade que estamos vivendo”, alertou dom Jallouf. Ele esclareceu que não há perseguição aos cristãos na Síria. Na verdade, o governo está buscando a participação dos cristãos na política, evidenciada pelo recente anúncio de uma mulher cristã como ministra de Assuntos Sociais e Trabalho. Apesar das mudanças positivas, o bispo ressaltou que a estabilização do país é um processo gradual, pressionado por interesses que se opõem à paz e por grupos que almejam instaurar uma forma extrema de islamismo.
Desafios da comunidade cristã
Uma das maiores prioridades da comunidade cristã na Síria é conter a pressão migratória, especialmente entre os jovens que, devido aos anos de conflito, enfrentam dificuldades em visualizar um futuro seguro em sua terra natal. Dom Jallouf destacou a importância da presença cristã na Síria, afirmando que, embora representem uma minoria, “somos o sal desta terra”. Ele lembrou que o cristianismo tem raízes profundas na região e que sua presença é fundamental para a construção de um futuro pacífico.
“É verdade que todos querem uma vida boa, mas o Senhor nunca prometeu que seríamos uma elite. Ele disse bem-aventurados os que são perseguidos por causa do meu nome”, reforçou o bispo, um apelo à perseverança e à fé em meio às adversidades. Dom Jallouf indicou que, embora as dificuldades persistam, a fidelidade ao Evangelho é a chave para a superação.
Construindo relações com o novo governo
A relação entre a comunidade cristã e o novo governo é um exemplo de confiança e abertura. Dom Jallouf explicou que o comportamento da comunidade cristã, pautado pelos valores do Evangelho, tem contribuído para estabelecer um diálogo construtivo. Um exemplo recente dessa interação foi a participação das Igrejas sírias no Jubileu da Juventude, quando uma delegação foi enviada à Itália, marcando um momento de união e esperança: “foi uma coisa muito bonita. Um sinal de que estamos presentes e que a mensagem que devemos transmitir aos nossos jovens é de confiar em seu país e na presença cristã na Síria.”
Em suma, a trajetória de reconstrução da Síria ainda é repleta de desafios, mas a fé e a determinação da comunidade cristã desempenham um papel crucial nesse processo. Dom Hanna Jallouf continua a apelar por unidade e trabalho conjunto para que, com coragem e esperança, testemunhem um novo capítulo na história do país.
Para mais informações sobre o trabalho da Igreja na Síria e o papel dos cristãos na reconstrução do país, acesse a reportagem completa.
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