Na manhã desta terça-feira (26/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conduziu uma reunião no Palácio do Planalto com os 38 ministros do seu governo. O encontro, que durou cerca de três horas, teve como objetivo alinhar as estratégias do governo para o segundo semestre e ocorreu em um clima de formalidade, onde os ministros usaram um boné azul com a frase “O Brasil é dos Brasileiros”.
Principais pontos discutidos na reunião
Além da conexão com os ministros, Lula fez uso do discurso para compartilhar suas visões sobre os desafios atuais do Brasil. Entre os que se pronunciaram estão o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
No início da reunião, Lula não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e destacou que as ações da família do ex-mandatário, especialmente de Eduardo Bolsonaro, equivalem a uma “das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”. O presidente enfatizou a necessidade de respeitar a soberania do Brasil e promover um debate político saudável.
Apelos e balanços na reunião ministerial
Lula fez um apelo para que os ministros fortaleçam a comunicação acerca das ações desenvolvidas em suas pastas e defendam o governo de forma unificada. O ministro Fernando Haddad, por exemplo, fez um levantamento das principais medidas econômicas adotadas, enquanto Mauro Vieira discutiu as respostas do governo ao “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos.
A ministra Gleisi Hoffmann apresentou as pautas prioritárias do governo até o fim do ano, que incluem a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, a PEC da Segurança Pública e o regulamento das big techs que será enviado ao Congresso Nacional.
Nova identidade comunicacional
Uma das novidades apresentadas na reunião foi o novo slogan do Executivo, que passa a ser “Governo do Brasil/Do lado do povo brasileiro”, substituindo o anterior “União e Reconstrução”. Essa mudança simboliza uma nova fase do governo, buscando uma aproximação com a população e um compromisso mais sólido com as demandas sociais.
Críticas à administração Trump
Além das críticas direcionadas à família Bolsonaro, Lula não deixou de abordar sua insatisfação com a gestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente brasileiro afirmou que o tratamento dado ao Brasil por Trump é inaceitável e que o país não deve ser tratado como subalterno.
Esta reunião ministerial foi a nona desde o início do governo Lula e a segunda realizada em 2025. Criar um espaço de diálogo constante entre os ministros, além de reuniões segmentadas, está nos planos do governo para manter o alinhamento e a comunicação eficaz.
Os desafios são muitos e, com um governo buscando se reposicionar no cenário internacional e interno, as falas de Lula e os planos traçados durante essas reuniões serão cruciais para enfrentar as dificuldades que o Brasil ainda enfrenta.