O IPCA-15 de agosto, índice que antecipa a inflação oficial, deve registrar a primeira deflação desde julho de 2023, conforme projeções do mercado. A divulgação pelo IBGE nesta terça-feira, às 9 horas, pode revelar uma queda de aproximadamente 0,20%, segundo a mediana das previsões coletadas pela Bloomberg. Se confirmada, será o primeiro mês sem números negativos desde 2022, quando o índice caiu 0,73%.
Expectativas e fatores que influenciam a inflação de agosto
Após a alta de 0,33% apresentada em julho, impulsionada sobretudo pelo aumento na conta de energia elétrica, os analistas veem uma melhora no cenário inflacionário. A expectativa de deflação é apoiada pelo impacto do redução nos custos de energia elétrica e pela queda nos preços de alimentos, especialmente carnes, transporte aéreo e vestuário, que passam por períodos de ajuste de estoques e coleções.
Variações pontuais e influências no índice
Segundo os economistas da Warren Investimentos, a expectativa é de uma deflação de 0,22%, levando a inflação acumulada em 12 meses para aproximadamente 4,87%. Eles destacam que fatores como a diminuição dos preços de alimentos, transporte e vestuário deverão puxar o índice para baixo. Contudo, ajustes em tarifas de energia, reajustes de planos de saúde e loterias podem exercer alguma pressão positiva sobre o índice, compensando parcialmente os efeitos negativos.
Perspectivas para os próximos meses
Apesar do alívio esperado para agosto, a previsão para setembro indica uma forte alta de 0,80%, reflexo do fim do bônus de Itaipu e do aumento na tarifa de energia elétrica, além de uma menor deflação nos alimentos. Essa expectativa reforça a volatilidade e o desafio de manter a inflação sob controle no período.
Segundo Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Analisa, a projeção para o IPCA-15 de agosto é de -0,23%, reforçando a tendência de desaceleração. Ele reforça que itens como energia, loterias e planos de saúde deverão influenciar na formação do índice, impactando o cenário inflacionário de curto prazo.
Impactos na economia e no mercado
Uma possível deflação em agosto pode ajudar a reforçar a melhora na percepção de inflação por parte do mercado, além de influenciar na política monetária e nas estratégias do Banco Central. A desaceleração, contudo, é considerada temporária devido às pressões previstas para os meses seguintes, especialmente no setor de energia.
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