Brasil, 26 de agosto de 2025
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Imagem de Israel entre brasileiros despenca, exceto entre evangélicos

A pesquisa Genial/Quaest revela queda significativa na percepção favorável a Israel entre brasileiros, mas evangélicos mantêm apoio.

A recente pesquisa realizada pela Genial/Quaest trouxe à tona um dado alarmante: a imagem de Israel entre os brasileiros caiu drasticamente entre fevereiro de 2024 e agosto deste ano. Isso ocorre em meio ao agravamento dos conflitos na Faixa de Gaza e denúncias de violações dos direitos humanos no território palestino. O percentual de entrevistados que possuem uma “opinião desfavorável” sobre Israel aumentou de 41% para 50%, um aumento de nove pontos percentuais nas percepções negativas.

A deterioração da imagem de Israel

Desde o desastroso ataque do grupo extremista Hamas em outubro de 2023, quando Israel passou a intensificar suas ofensivas em Gaza, a percepção negativa sobre o país tem se alastrado. Em outubro do ano passado, somente 27% da população brasileira tinha uma visão desfavorável de Israel, enquanto 52% manifestavam uma opinião positiva sobre Tel Aviv. No levantamento atual, metade dos respondentes declarou ter uma opinião desfavorável sobre Israel, enquanto apenas 35% se mostraram favoráveis.

Além disso, o número de pessoas que se abstiveram de comentar ou que não souberam responder sobre a imagem de Israel diminuiu de 20% para 15%, evidenciando uma polarização crescente entre aqueles que têm uma opinião clara sobre o assunto.

O apoio dos evangélicos a Israel

Curiosamente, apesar da deterioração na percepção geral sobre Israel, a imagem do país continua a ser forte entre os evangélicos brasileiros. A pesquisa revelou que 52% dos fiéis têm uma opinião favorável sobre Israel, enquanto 36% manifestaram uma opinião desfavorável. O teólogo André Reinke, autor do livro “Paixão por Israel”, explica que essa aproximação dos evangélicos com Israel possui raízes teológicas, evidenciando uma tendência conservadora e polarizadora que influencia a identidade religiosa em todo o mundo.

Os evangélicos demonstram também uma opinião positiva sobre os Estados Unidos, aliado de Israel, com 56% tendo uma visão favorável e 36%, desfavorável. Em contrapartida, 64% dos evangélicos estão insatisfeitos com a Rússia e 46% têm uma opinião negativa sobre a China.

A visão dos católicos e a polarização

Em contraste, o apoio a Israel entre os católicos é consideravelmente mais baixo. Apenas 30% veem Israel de maneira positiva, enquanto 52% manifestam uma opinião negativa sobre o país. O mesmo cenário se repete quando analisam a percepção sobre os Estados Unidos, onde 38% expressam uma opinião favorável e 52%, desfavorável.

Os resultados da pesquisa ainda mostraram que os católicos têm uma visão favorável sobre a China (52% contra 33% de opinião desfavorável) e um empate na avaliação sobre a Argentina, com 40% de opiniões positivas e negativas. A percepção sobre a Rússia é predominantemente negativa entre os católicos, com 56% expressando uma visão desfavorável.

A importância da pesquisa

A Genial/Quaest conduziu a pesquisa entre os dias 13 e 17 de agosto, ouvindo 12.150 pessoas com 16 anos ou mais em oito estados do Brasil, representando 66% do eleitorado nacional. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Esses dados são cruciais para compreender as dinâmicas políticas e sociais do país, especialmente em um contexto de tensões internacionais.

A queda na imagem de Israel entre os brasileiros reflete não apenas eventos recentes, mas também como a polarização social e religiosa impacta as opiniões públicas. Com esse cenário em constante evolução, é imprescindível que as instituições e líderes estejam atentos às mudanças nas percepções, buscando promover o diálogo e a compreensão em tempos de crise. A pesquisa Genial/Quaest revela uma realidade complexa que poderá influenciar as relações internacionais e as políticas de cooperação entre Brasil e outros países nos próximos anos.

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