O governo Lula intensificou esforços para construir uma articulação coordenada entre Câmara dos Deputados e Senado, a fim de evitar que o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até R$ 5 mil por mês seja desidratado durante a tramitação no Congresso. A iniciativa é prioridade do Palácio do Planalto e uma promessa de campanha do presidente.
Diálogo entre Câmara e Senado para garantir votação
A estratégia inclui a elaboração de um cronograma conjunto, que será alinhado com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A reunião, prevista para ocorrer entre quarta e quinta-feira, visa alinhar o calendário e o discurso nas duas Casas, buscando aprovar o projeto até o fim de setembro.
Reforma do Imposto de Renda e resistência no Congresso
O projeto prevê o aumento da faixa de isenção do IR de R$ 3.036 para R$ 5 mil por mês, beneficiando também quem ganha até R$ 7.350 mensais, e representa uma importante promessa do governo no Congresso. Segundo líderes, o custo desta medida é estimado em R$ 25 bilhões no próximo ano, com a proposta de financiar a renúncia fiscal por meio de um novo mínimo de IR para quem ganha mais de R$ 50 mil mensalmente.
Contudo, há forte resistência de setores da oposição e do Centrão, que argumentam que a medida pode prejudicar setores estratégicos e elevar a carga tributária sobre empresas e investidores. Parlamentares como Ciro Nogueira (Progressistas) e Antonio Rueda (União Brasil) articulam uma ofensiva contra o texto, defendendo a manutenção do modelo atual.
Impactos fiscais e o cenário político
A avaliação do governo é de que a aprovação do projeto, mesmo com resistências, é crucial para cumprir a promessa de reduzir a desigualdade e melhorar a arrecadação de famílias de baixa e média renda. No entanto, há riscos de paralisação devido ao posicionamento de deputados ligados ao bolsonarismo e outros temas urgentes na pauta, como a questão da adultização.
Enquanto isso, articuladores políticos destacam que, sem as medidas de compensação, a proposta poderia impactar o orçamento a partir do próximo ano. O relator do projeto, Arthur Lira, apresentou um parecer que surpreendeu positivamente, ampliando a faixa de isenção de até R$ 7 mil para R$ 7.350, com base em gordura de receita disponível.
Segundo avaliadores do governo, o objetivo é manter o compromisso de Lula, equilibrando as políticas fiscais com o combate às desigualdades, e cobrando o imposto mínimo dos mais ricos. Apesar das negociações, há a percepção de que o resultado final dependerá da capacidade de diálogo entre os blocos políticos e do entendimento sobre as compensações fiscais.
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