Brasil, 26 de agosto de 2025
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Futuro da Braskem segue incerto após saída de Tanure

Fundo ligado a Nelson Tanure deixa negociações, e nova proposta busca controle da petroquímica com bancos credores

O futuro da Braskem permanece incerto após o empresário Nelson Tanure abandonar as negociações para assumir o controle da gigante petroquímica. A saída ocorreu após o encerramento do prazo de exclusividade com a Petroquímica Verde Fundo de Investimentos, que posteriormente foi desfeito, revelando uma nova estratégia dos credores e acionistas minoritários para reestruturar a companhia.

Fatores que envolvem a disputa pelo controle da Braskem

Atualmente, a Novonor (antiga Odebrecht) detém 50,1% do capital votante, enquanto a Petrobras possui 47%. O restante das ações é controlado por acionistas minoritários. Desde 2018, a Novonor busca um novo sócio para fortalecer a petroquímica, envolvendo negociações com empresas como J&F, Apollo Global Management, Adnoc, Petrochemical Industries Company (PIC) e Unipar.

Impacto do passivo ambiental e recentes obstáculos

Um dos principais entraves para a venda foi o passivo ambiental resultante do desastre de Alagoas, causado pelo afundamento do solo na região metropolitana de Maceió após a mina de sal-gema da Braskem. Devido à ausência de garantias relacionadas às dívidas decorrentes do episódio, Nelson Tanure desistiu do projeto, segundo fontes ouvidas pelo Globo.

Estratégia dos bancos diante do impasse

Com a saída de Tanure, a nova estratégia envolve que os bancos credores, que possuem ações da Braskem como garantia devido à recuperação judicial da Novonor, se tornem acionistas da petroquímica através de um fundo gerido pela IG4. Assim, eles passariam a controlar a empresa, que estaria em processo de reestruturação conduzida pela gestora.

Relacionamentos e conflitos políticos

Outro ponto de conflito é a relação com a Petrobras, que, embora prefira não assumir controle, deseja revisar o acordo de acionistas para ampliar sua influência na gestão da Braskem. Segundo Magda Chambriard, presidente da estatal, “a Petrobras não concorda com a completa independência da Braskem” e busca exercer mais poder para aproveitar sinergias entre as duas companhias. A estatal também enfatiza que uma Braskem totalmente independente poderia prejudicar a estratégia de negócios.

Desafios financeiros e planos futuros

Estudos indicam que a Braskem necessita de uma capitalização mínima de US$ 3 bilhões para sanar sua situação financeira, valor que, atualmente, somente os bancos parecem ter condições de aportar. Paralelamente, a empresa avalia vender suas operações nos Estados Unidos, negociando unidades no Texas, Pensilvânia e West Virginia por aproximadamente US$ 1 bilhão, em parceria com a Unipar.

Implicações ambientais e o papel de alagoas

Outro obstáculo importante é o contexto de reparação ao desastre ambiental em Alagoas, onde a ausência de garantias compromete competências futuras de investidores. A falta de um acordo político na região também reforça a instabilidade, dificultando a entrada de novos acionistas e o avanço das negociações.

Conforme destacou uma fonte, “sem um acordo futuro envolvendo Alagoas, qualquer investidor fica sem garantias”. Para além disso, a própria Petrobras manifesta desejo de revisar o controle da Braskem, buscando maior influência na gestão da petroquímica.

Segundo o colunista Lauro Jardim, a companhia também estaria considerando vender suas operações nos EUA, o que impacta o futuro da controladora diante das instabilidades internas e externas.

Espera-se que novas movimentações ocorram nas próximas semanas, enquanto o cenário da Braskem continua a ser marcado por negociações complexas, disputas políticas e desafios ambientais. Para mais informações, acesse este artigo.

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