O atacante do Flamengo, Bruno Henrique, e seus representantes acompanham atentamente um julgamento crucial que está ocorrendo na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O assunto em pauta é se um jogador de futebol, ao receber um cartão amarelo para lucrar com apostas esportivas, comete ou não manipulação de resultados.
O caso em análise pelo STF
O julgamento, que se encontra em fase de deliberação desde o dia 8 de agosto, examina o caso do lateral Igor Cariús, acusado de manipulação em jogos do Campeonato Brasileiro de 2022, enquanto atuava pelo Cuiabá. A situação de Cariús veio à tona por meio da Operação Penalidade Máxima, liderada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO). Ele foi afastado por um ano por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após aceitar R$ 30 mil para receber um cartão amarelo em uma partida.
A defesa de Igor Cariús argumenta que a intenção do jogador não era manipular o resultado do jogo, mas simplesmente lucrar com as apostas esportivas. Este caso é fundamental para o futuro de Bruno Henrique, que está sendo investigado pelas mesmas questões, uma vez que a decisão do STF pode mudar as diretrizes sobre manipulação de resultados.
Pedido de vista e possíveis implicações para Bruno Henrique
Durante a análise do caso de Igor Cariús, o relator ministro André Mendonça apresentou seu voto, que foi favorável à negação do recurso da defesa, destacando que a atitude do jogador caracteriza manipulação de resultado. No entanto, o julgamento foi suspenso após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Essa pausa demonstra a complexidade e a seriedade da situação, especialmente para os envolvidos.
Interlocutores que estão próximos a Bruno Henrique enfatizam que o caso de Igor Cariús é mais “grave” que o de seu cliente, considerando que o primeiro foi aliciado e recebeu dinheiro diretamente para cometer a infração. Contudo, se o entendimento do STF for de que atos como forçar um cartão amarelo não configuram manipulação, isso poderá beneficiar Bruno Henrique, que é réu desse crime na Justiça do Distrito Federal e também no STJD.
A expectativa era que o STJD julgasse o processo de Bruno Henrique, apurando seu possível envolvimento em manipulação de resultados na partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, na primeira quinzena de setembro. Contudo, novas informações indicam que o tribunal deve aguardar a decisão do STF para prosseguir.
Acusações contra Bruno Henrique
- Em julho de 2023, a 7ª Vara Criminal de Brasília acolheu a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), tornando Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, réus por manipulação de resultado.
- Bruno é acusado de receber um cartão amarelo com a intenção de beneficiar apostadores em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023.
- Os dois irmãos agora respondem criminalmente por manipulação de resultado esportivo.
- No âmbito desportivo, Bruno Henrique também foi denunciado pelo STJD e, se condenado, pode ser suspenso dos gramados por até dois anos.
O processo judicial
Na esferas da Justiça comum, Bruno Henrique e seu irmão terão que apresentar defesa prévia, onde poderão se manifestar sobre as acusações que lhes foram imputadas. Em seguida, a fase de instrução processual terá início, com a coleta de depoimentos de testemunhas e provas.
Após essa fase, um novo julgamento será realizado para decidir se os irmãos são culpados ou inocentes. Caso sejam absolvidos, o processo será arquivado, mas se forem condenados, as penas podem variar entre dois a seis anos de prisão, acrescidas de multas.
Assim, tanto os torcedores do Flamengo quanto os interessados na integridade do futebol nacional observam atentamente as movimentações desses casos, que podem ter repercussões significativas.Resta agora aguardar as decisões dos tribunais e suas possíveis consequências para o atacante e o clube.
