Após a suspensão cautelar do contrato de pagamento de benefícios do INSS com a Crefisa, os novos beneficiários passam a ser atendidos pelo Banco Mercantil. A medida foi anunciada nesta semana e faz parte do leilão realizado pelo instituto em 2024, no qual a Crefisa arrematou a maioria dos lotes.
Herança dos contratos e alternativas para beneficiários
Segundo o INSS, o Banco Mercantil, quinto maior pagador de benefícios do país, herdará parte dos contratos, podendo assumir até 25 dos 26 lotes arrematados na licitação. Caso o Mercantil não tenha capacidade para atender todas as cargas, o pagamento será direcionado ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul, terceiro colocado na disputa.
Os beneficiários atuais, que continuam recebendo seus benefícios, terão o prazo de 90 dias a partir da concessão para optar por migrar para outras instituições financeiras. Além disso, esses beneficiários podem utilizar biometria para desbloquear seus benefícios e contratar empréstimos consignados durante esse período. Segundo o INSS, uma das motivações para a disputa entre bancos é ampliar a clientela e oferecer novos produtos financeiros.
Razões para a suspensão do contrato com a Crefisa
A decisão de suspensão foi tomada na última quinta-feira, devido ao não cumprimento de cláusulas contratuais pela Crefisa, além de denúncias relacionadas à prestação inadequada de serviços, incluindo reclamações de venda casada. A assessoria da Crefisa, procurada para comentar o assunto, não retornou até o momento.
Reações do setor financeiro
Em nota, o Banco Mercantil afirmou estar preparado para assumir os contratos de pagamento de benefícios, destacando sua experiência de mais de 80 anos no mercado e sua capacidade técnica de atuar na gestão de diversos lotes em diferentes regiões do Brasil. “O Banco Mercantil reafirma seu compromisso e total preparo técnico para assumir alguns dos contratos de pagamento em lotes estratégicos, garantindo a mesma eficiência e qualidade entregues aos seus clientes”, declarou na nota.
Perspectivas e próximos passos
De acordo com analistas, a transferência dos beneficiários deve ocorrer gradualmente, enquanto o INSS avalia a capacidade de atendimento de cada banco envolvido no leilão. O governo informou que, até o momento, não há previsão de mudanças adicionais na gestão dos benefícios, e a prioridade é assegurar a continuidade do pagamento aos beneficiários sem interrupções.
A reportagem completa está disponível em O Globo.